Conhecendo vinhos italianos

diego
Diego M. Lòpez

Juiz Internacional de Vinho
Sommelier Internacional
pela Federação Italiana de Sommelier – FISAR.

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O ato de apreciar e degustar vinhos é sempre uma arte. Por isso, hoje iremos conhecer alguns vinhos da Itália.

Nossa primeira parada será na terra dos “tutti buona gente”, grande Itália, lar de uma gastronomia singular, suas massas, queijos marcantes, azeites suntuosos, as raríssimas trufas d´alba entre outras inúmeras peculiaridades.

O país é o maior produtor de vinhos do mundo e também o primeiro em consumo. Seu maior charme, sem duvida, são os mundialmente famosos vinhos tintos. Os brancos também têm seu lugar em destaque ao lado dos típicos espumantes que com seu aroma e frescor agradam os diversos paladares.
Citarei aqui apenas três regiões de grande relevância, o Piemonte, a Toscana e Vêneto.

Piemonte: região situada ao noroeste da Itália, de onde vem os famosos tintos “fora de série”, o Barolo e o Barbaresco, o primeiro conhecido como “vinho dos reis e rei dos vinhos”, feito a partir da uva Nebbiolo, que possui aromas de alcatrão, violeta e torrefação. Outros de grande importância são o Gattinara e o Dolcetto D´alba, vinhos mais leves que os anteriores. Não podemos esquecer dos brancos como o Gavi e o Asti Spumante, este é o segundo tipo de vinho de qualidade mais produzido na Itália.

Toscana: região central do país, próxima de Roma, reconhecida como pátria do vinho de qualidade, agraciada por possuir condições naturais perfeitas para a obtenção dessa finalidade. Os vinhos mais festejados são, o Chianti elaborado com a uva Sangiovese, de incrível sabor, aromas marcantes, que vão de violeta a cereja e o renomado Brunello di Montalcino um vinho intenso, profundo e surpreendente, este requer que seja guardado por um grande tempo antes de ser aberto.

Vêneto: Região norte da Itália, conhecida pelo famoso Proseco, que se tornou uma bebida muito popular e atualmente na moda, melhor representado pelo Prosecco di Conegliano-Vadobbiadene. Você encontra também o fantástico Recioto della Valpolicella, colocado como estrela junto aos já citados Barolo e ao Brunello di Montalcino, sendo suave e doce, sua “versão” mais seca é um dos mais famosos vinhos da Itália o Amarone della Valpolicella.

O vinho como qualquer outra bebida tem suas técnicas apropriadas para serem servidos, ao serem manipulados corretamente você poderá extrair toda a sua potencialidade. Quando servido de forma incorreta sua chance de se decepcionar com o investimento pode ser grande. Vamos descomplicar esta parte, que para muitos pode dar “dor de cabeça” antes mesmo de abrir a garrafa. Na Europa, o berço do vinho, por terem regiões mais frias o costume é servi-lo em temperatura ambiente, mas como temos um maravilhoso clima tropical, temos que resfriá-lo. Esta é uma maneira simples, porem eficiente:
Espumantes – são os que devem estar mais resfriados, a temperatura ideal pode variar de 4 até 9 graus.

Brancos – temperatura ideal de 6 até 12 graus, variando apenas quando forem mais complexos, indo dos leves para os aromáticos até os amadeirados de forma crescente acompanhando a temperatura.

Rose – devem ser servidos bem frios, de 6 a 9 graus.

Tintos – pelas suas características a temperatura vai de 12 a 16 graus, em alguns casos de vinhos envelhecidos podem chegar a 18 graus.
A melhor maneira para atingir a temperatura ideal seria colocá-los em um balde com gelo, um pouco de sal grosso e água. Deixe-o descansar por uns 30 a 45 minutos no caso dos brancos e a Champagne, os tintos podem ficar por menos tempo, de 20 a 35 minutos.
Outra forma que também funciona seria deixá-lo na geladeira, mas ai o tempo tem de ser maior. Use a parte inferior, onde se atinge uma menor temperatura. Como a potência varia de um refrigerador para outro use este calculo, em média a temperatura do vinho diminui 6 graus a cada hora.

Agora é com vocês, aproveitem ao máximo!
Aliás, vinho é saúde.
Boas degustações!

Dica de Vinhos e Harmonização:

Prosecco Villa Jolanda Extra Dry – (Produtor Santero, Região Vêneto, Tipo Espumante) – Bastante frutado, fresco, aromático e equilibrado. Harmonização – os vinhos espumantes são ótimos para serem o início de um grande banquete, casam perfeitamente com entradas simples, mas ao mesmo tempo estupendas como as Bruschettas, aperitivos de embutidos, pistache e até pratos principais de massas ex: Capeletti de molhos suaves.

Dolcetto d´Alba Moccagatta – (Produtor Moccagata, Região Piemonte, Tipo Tinto) – Exuberante, macio, forte aroma de frutas maduras e leve toque de madeira. Harmonização – por ser mais estruturado e com sabor mais intenso vai bem com pratos principais, os insuperáveis Risotos Italianos são indicados, ex: os de cogumelos funghi com parmesão.

Rosso di Montalcino – (Produtor Caprili, Região Toscana, Tipo Tinto) – Média intensidade, frutas, especiarias e equilibrado. Harmonização – Esse tipo já aceita melhor carnes grelhas, assadas de sabores puxados para o defumado.