Acessórios para vinho: ter ou não ter? Eis a questão!

Será que é preciso investir em todos os itens das famosas listas “acessórios que todo amante de vinho precisa ter”?

Por Lalá Ruiz*

Corta-cápsula, corta-gotas, taças variadas, resfriador, termômetro, aerador, decanter, adega climatizada, dosador, resfriador, balde, bomba a vácuo, malas especiais. A lista de acessórios para vinho existentes atualmente nesse mundão é vasta e tentadora. No que vale (ou não) a pena investir?

Acredito que o prazer de degustar um vinho não pode ser ofuscado pela falta de um dispositivo X ou Y. Jamais. Assim, proponho uma reflexão a partir de dois fatores que considero importantes na hora de decidir pela compra de qualquer acessório:

1) Qual o limite do seu orçamento?

2) Sua casa tem espaço?

Embora exista toda uma gama de utensílios no mercado a preços dos mais variados, investir em tudo o que aparece nas famosas listas de “acessórios que todo amante de vinho precisa ter” pode esvaziar a conta bancária e comprometer o orçamento. Como tudo na vida, o bom senso deve prevalecer.

Se você tem um armário espaçoso ou uma cristaleira bacana para guardar taças em quantidade, e seu dinheiro permite comprar o modelo indicado para cada tipo de vinho, vai fundo. Agora, se esse não é o seu caso, investir em um bom jogo de taças ISO pode ser uma opção.

Criada pelo francês Jules Chauvet (1907-1989), a taça ISO (sigla que significa International Standards Organization) é uma peça curinga usada em degustações e que serve para qualquer tipo de vinho, incluindo os espumantes.

Não é grande e vistosa como a Bordeaux ou a Borgonha, mas é uma taça adequada e que vem com um bônus para quem aprecia outras bebidas: é usada também na degustação de gin, uísque e cachaça. Ou seja, ótimo custo-benefício.

Você tem vinhos antigos ou costuma comprar tintos encorpados como o Bordeaux e o Barolo? Então já sabe que o decanter é um acessório essencial para separar a borra dos primeiros e para arear os segundos. O decanter também é bom para arear brancos mais encorpados. Contudo, para liberar os aromas de um vinho jovem e sem complexidade, movimentos giratórios com a taça já ajudam.

Refletir sobre hábitos de consumo é sempre positivo, inclusive nesse universo apaixonante dos vinhos. Mas, todos podemos concordar que de uma coisa não dá pra abrir mão, a não ser que você só compre garrafas fechadas com tampa de rosca: o saca-rolhas. Eu prefiro o modelo “sommelier”, com dois pontos de apoio e cortador de cápsulas. Esse tipo específico está à venda em lojas online a preços que variam de R$ 20,00 a R$ 295,00, de acordo com a qualidade e o fabricante.

EM TEMPO

Em 2018, viajei para a Itália para acompanhar um grupo de músicos do Instituto Anelo, de Campinas (SP), no Arcevia Jazz Feast, um seminário de jazz e improvisação realizado anualmente na cidade de Arcevia. Essa cidade medieval fica na região de Marche, famosa pela produção do vinho Verdicchio, que era servido diariamente no refeitório do evento não em taças, mas em modestos copos de vidro ao estilo americano. Salute!

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

Foto do topo: Stux – Pixabay.