Por Lalá Ruiz*
Você sabia que o rótulo do champanhe contém um “código secreto” que diz muito sobre a origem e a qualidade da bebida? E não, não se trata aqui da famosa appellation dorigine contrôlée (denominação de origem controlada), mas sim de duas letras que mostram, por exemplo, se o champanhe foi feito com uvas plantadas pelo próprio viticultor ou se o vinho foi comprado pronto e apenas engarrafado.
Confesso que desconhecia essa particularidade pra lá de curiosa, que só descobri ao folhear recentemente o excelente livro Vinhos – A Arte da França/A Viticultura no Brasil, de Mauro Marcelo Alves (Editora DBA/Melhoramentos). Segundo explica o autor, são duas letras que, “de tão pequenas, é aconselhável procurá-las sóbrio”.
Confira abaixo algumas das siglas listadas por ele:
A edição que tenho de Vinhos – A Arte da França/A Viticultura no Brasil é um pouco antiga, de 1998. Mas, continua uma publicação preciosa para quem busca por informações sobre vinho trabalhadas com cuidado. Cada capítulo é dedicado a uma região produtora da França, sendo que todos terminam com uma receita original do chef Emmanuel Bassoleil – no dedicado à região de Champagne, ele ensina a fazer um… Flan au Champagne!
O apêndice sobre a história do vinho no Brasil, apesar de desatualizado ao citar as principais vinícolas do país, também traz informações preciosas. Por exemplo: o primeiro vinho nacional foi feito no bairro do Tatuapé, em São Paulo, em 1551, com uvas das videiras trazidas ao Brasil pelo fidalgo português Brás Cubas, fundador da cidade de Santos, que não vingaram quando plantadas no litoral. Legal, né?
EM TEMPO 1
Em 2013, quando trabalhava no jornal Correio Popular, de Campinas (SP), viajei à Europa para realizar uma reportagem para o Caderno de Turismo, a convite de uma rede de outlets de luxo que opera em vários países do continente. O roteiro, de uma semana, incluiu visitas às unidades de Madri (Espanha), Munique (Alemanha) e Paris (França). Porém, os organizadores da viagem programaram passeios bem bacanas entre as idas aos outlets.
Na França, nosso grupo visitou uma vinícola da região de Champagne, chamada Champagne Pannier, na cidade de Château-Thierry, no Vale do Marne, a 93 quilômetros de Paris. Foi uma experiência incrível. A Pannier produz champanhe desde 1899, e utiliza uma rede subterrânea de dois quilômetros datada do século 12 como cave. Quando fui, segundo a guia que conduziu o nosso grupo, havia 2 milhões de garrafas armazenadas lá!
EM TEMPO 2
Não reproduzo aqui a receita do Flan au Champagne, do chef Emmanuel Bassoleil, porque é extensa. Porém, para quem se interessou, o livro Vinhos – A Arte da França/A Viticultura no Brasil, de Mauro Marcelo Alves, é facilmente encontrado em sebos virtuais, por valores que vão de R$ 5,00 a R$ 35,00, dependendo do ano da edição.
(Crédito da foto no alto: Rudy e Peter Skitterians por Pixabay)
*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.
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