Por Lalá Ruiz*

Nesta sexta-feira, 28 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Vinho Rosé. A data, celebrada sempre na quarta sexta-feira de junho, foi idealizada pela viticultora francesa Valérie Rousselle e estabelecida em 2018 pela Organisation Internationale du Rosé com o objetivo de enaltecer esse icônico estilo de vinho. Nascido na região da Provence, na França, sua popularidade cresce ano a ano. Apesar disso, de acordo com Jonas Martins, sommelier da MMV Importadora, ainda há uma série de mitos que, por vezes, afastam os consumidores de um bom rótulo de rosé. Ele lista alguns:

1) Vinho “de mulher”

Um dos mitos mais comuns e equivocados sobre o rosé é associá-lo como um “vinho feminino”, baseando-se apenas em sua coloração ou leveza. Essa visão não apenas é antiquada, como também diminui a riqueza e a complexidade dessa bebida. A cor não determina o público de qualquer produto, e o vinho rosé não é exceção.

“A ideia simplista de que apenas mulheres apreciam rosés devido à sua cor e sabor mais leves é uma perspectiva limitadora e desrespeitosa.”

JONAS MARTINS
Sommelier

2) Vinho simples e sem graça

Outro mito que deve ser combatido é a percepção de que o rosé é um vinho simplório. Na verdade, diz Jonas, esse vinho é uma expressão rica e diversificada das uvas tintas, que proporciona sabores e aromas frescos e florais que, muitas vezes, são menos evidentes nos tintos devido ao processo de fermentação mais longo.

Ao experimentar um rosé feito com uvas como Cabernet Sauvignon, por exemplo, é possível descobrir uma faceta nova e surpreendente dessa variedade. Enquanto no vinho tinto ela é conhecida por seu caráter encorpado e pesado, no rosé ela revela sua delicadeza e frescor, oferecendo uma experiência gustativa totalmente diferente.

3) Rosé não combina bem com comida

“Essa é uma das maiores inverdades sobre o vinho rosé”, diz Jonas Martins. Na realidade, o rosé é um dos grandes coringas da harmonização gastronômica. Sua versatilidade permite que ele se encaixe perfeitamente com uma vasta gama de pratos, desde saladas frescas até um bom churrasco.

Segundo explica o sommerlier, a acidez presente no rosé proporciona um equilíbrio que pode complementar tanto pratos leves quanto mais encorpados. A adaptabilidade dessa variedade às diferentes comidas é um dos seus maiores trunfos.

4) Rosé é um vinho só para o verão

Embora seja popular em locais de clima mais quente e associado a festas de verão, o vinho rosé não deve ser restrito a uma estação do ano. Sua versatilidade vai além do clima e pode ser apreciado em qualquer ocasião. Durante o outono ou inverno, um rosé mais encorpado pode trazer notas complexas que complementam refeições mais robustas.

Exemplos de bons rosés

Entre os bons rosés disponíveis no portfólio da MMV, o sommelier destaca o Felitche Rosé, chileno produzido com a uva Syrah; o uruguaio Omm Marselan Rosé, elaborado com a uva Marselan e com ótimo custo-benefício (entre R$ 50 e R$ 60); o espanhol Pagos de Araiz Rosé, produzido a partir da uva Garnacha (ou Grenache); e o italiano Inserrata Inebriante Rosé (foto abaixo), elaborado com a uva Sangiovese.

(*Com informações Assessoria de Imprensa)

– ENTRE TANINOS –

Casa Perini lança edição especial de espumante rosé

A Casa Perini acaba de lançar o Casa Perini Winter Rosé – Edição 2024, um brut Rosé que se destaca pela garrafa decorada com um gorro de tricô, fruto de uma colaboração com a Ballardin Malhas. O presidente do conselho administrativo da empresa, Franco Perini, informou que esta edição exclusiva para o inverno deste ano terá apenas 18 mil unidades e parte dos lucros da venda será destinada às vítimas das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul.

O Casa Perini Winter Rosé foi elaborado a partir de um blend das uvas Chardonnay, Gamay e Pinot Noir e tem um potencial de guarda de 3 a 5 anos.

Vinhos Silk & Spice chegam ao Brasil

A linha de vinhos Silk & Spice, lançada pela portuguesa Sogrape Vinhos em 2016, chega este ano ao Brasil por meio da importadora Épice. Como o nome sugere, a linha foi inspirada na histórica rota marítima da seda e das especiarias desbravada pelo explorador Vasco da Gama no século 15. A Silk & Spice é composta pelos seguintes vinhos:

• Silk & Spice Red Blend 2021 – Blend das uvas Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Baga, Shiraz e Tinta Roriz. R$ 110.
• Silk & Spice White Blend 2023 – Blend das uvas Bical, Arinto, Alvarinho, de vinhas na Bairrada e Lisboa. R$ 110.

– HARMONIZA+SOM –

Se tem um vinho rosé que eu gosto é o português Mateus Rosé Original. Também produzido pela Sogrape Vinhos e elaborado a partir de um blend das uvas Baga, Rufete, Tinta Barroca e Touriga Franca, tem um bom custo-benefício – é vendido por menos de R$ 60 em comércios on-line de vinhos.

Com sua cor salmão marcante, fica ótimo quando servido a uma temperatura entre 6 e 8 graus e é uma boa pedida para brindar com os amigos. E fica ainda melhor se degustado ao som de bons artistas portugueses, como a cantora e compositora Carminho, expoente da renovação do fado.

Essa lisboeta nascida em 20 de agosto de 1984 é filha da também fadista Teresa Siqueira. Ao longo de sua carreira, lançou seis discos: Fado (2009), Alma (2012), Canto (2014), Carminho Canta Tom Jobim (2016), Maria (2018) e Portuguesa (2023).

Abaixo, o vídeo de O Quarto (fado Pagem), que faz parte de seu mais recente disco, Portuguesa (a letra é da própria Carminho e a música de Alfredo Marceneiro).

Em tempo: o disco Carminho canta Tom Jobim não é a única ligação dela com a música brasileira. Ney Matogrosso, Alceu Valença, Elba Ramalho, Marisa Monte e Tribalistas são artistas brasileiros com os quais colaborou. Além disso, ela já se apresentou em várias cidades por aqui.

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.