Por Lalá Ruiz*
Entre os dias 5 e 10 de junho de 2023, a histórica cidade de Jerez de La Frontera, localizada no Sul da Espanha, será palco do 44º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho e da 21ª Assembleia Geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
O Congresso é organizado pela própria OIV, instituição intergovernamental com sede na França que é considerada uma referência técnica-científica quando o assunto é vinho, bebidas à base de vinho, uvas de mesa, uvas passas e outros produtos vitivinícolas.
Com o tema “Vitivinicultura e Tecnologias de Informação”, o evento receberá especialistas mundiais nas áreas de viticultura e enologia, assim como profissionais das áreas de saúde, segurança, direito e economia envolvidos na cadeia produtiva da uva e do vinho.
Ao longo do encontro, a comunidade científica do vinho apresentará a esse público segmentado trabalhos de pesquisa em quatro sessões assim divididas:
- Sessão I. Viticultura: Big data e inteligência artificial na tomada de decisão na viticultura face às alterações climáticas.
- Sessão II. Enologia: Novas tecnologias aplicadas à enologia.
- Sessão III. Direito do consumidor e informação: Digitalização da informação ao serviço do consumidor e rastreabilidade.
- Sessão IV. Segurança alimentar, consumo, nutrição e saúde: Tecnologias de informação para sustentabilidade e segurança alimentar (Blockchain. Do campo ao consumidor).
Vale ressaltar que os trabalhos devem ser inscritos com antecedência no site da organização e há todo um processo de seleção a ser cumprido.
Por que na Espanha?
O vinho é parte fundamental da economia da Espanha. Trata-se do país da União Europeia (UE) com a maior área de vinhas de todo o bloco – são 944.478 hectares, o que equivale a 30% do total –, seguida de França e Itália. Também é o terceiro maior produtor de vinho, depois de Itália e França, além de ser o maior exportador mundial da bebida.
E por que Jerez de La Frontera?
Cidade-sede do congresso, Jerez de La Frontera é um lugar emblemático tanto para o mundo do vinho quanto para a história e cultura da Espanha. Isso porque fica na Província de Cádiz, na Andaluzia, região que é um marco da vinicultura espanhola – foi lá, por volta do ano 1.100 a.C., que os fenícios introduziram na agricultura local o plantio de uvas viníferas e seus métodos de vinificação.
Além do mais, é a terra do vinho Jerez, uma bebida fortificada popular no mundo todo e que resulta da mistura de três uvas: Moscatel, Pedro Ximenez e Palomino. Aliás, em 1933 o Jerez se tornou a primeira denominação de origem da Espanha, a D.O. Jerez-Xérès-Sherry. A região também detém a D.O. Manzanilla-Sanlúcar de Barrameda, um outro tipo de Jerez.
Culturalmente falando, a cidade é um importante polo flamenco. Anualmente, em fevereiro, realiza o famoso Festival de Jerez, que reúne os principais expoentes dessa arte no mundo. E desde 1284 é palco da Feira do Cavalo, um evento que celebra toda a beleza e tradição em torno da criação do cavalo de raça andaluz.
Assista abaixo ao vídeo promocional do evento:
SERVIÇO
Para mais informações, acesse o site www.oiv.int.
Um brinde e… olé!
EM TEMPO
*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.
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