Diferenciar o que nasceu de um cérebro humano de uma inteligência artificial (IA) está cada vez mais complexo nos mais diversos setores, incluindo na gastronomia. A IA pode ser usada na criação e atualização de cardápios, análise de pedidos dos estabelecimentos, na definição de preços dos itens, por exemplo. Há até a possibilidade de implantar um atendimento de sommelier virtual, que recomenda vinhos com base no prato escolhido pelo cliente.
Mas será que é possível a IA substituir um profissional da cozinha na criação de receitas? Esse foi um ponto levantado pelo chef espanhol Eneko Atxa Azurmendi (3 estrelas Michelin), em edição recente do congresso gastronômico Madrid Fusión. O desafio ao ChatGPT deixou claro que a ferramenta pode colaborar, e muito, na criação de sugestões únicas explorando combinações. Porém, não é capaz de substituir o toque humano de um chef.
De qualquer forma, o uso dela nos estabelecimentos já é uma realidade no Brasil. Segundo pesquisa feita pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) 28% dos bares e restaurantes brasileiros já utilizaram IA em algum momento, sendo que 17% deles afirmaram aplicar plataformas assim para criar cardápios, sugerir novas combinações, entre outros pontos.
Outro uso interessante é a identificação de novas tendências culinárias. Ao analisar redes sociais, avaliações online e padrões de pedidos, ela sugere novos pratos e ingredientes em alta. “Prever a demanda também é essencial para o sucesso de um restaurante, e a IA já é capaz de fazer análise de vendas, pratos mais vendidos e horários mais movimentados. Isso ajuda a tornar a rotina mais eficiente, auxiliando em um atendimento de qualidade”, diz Carlos Drechmer, CEO da ACOM Sistemas.
Durante o Seminário Inteligência Artificial na Cultura, promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), no final de 2024, o presidente do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes), Fernando Blower, enfatizou que a IA não é apenas um modismo tecnológico, mas uma ferramenta que resolve problemas reais, como redução de custos, aumento da eficiência e personalização da experiência do cliente. Ele explicou que a tecnologia permite que restaurantes analisem dados de consumo e melhorem o controle de estoques, reduzindo desperdícios e otimizando a oferta de produtos.
E o consumidor, o que acha disso?
Também já é uma realidade que há estabelecimentos combinando inteligência artificial, robótica e automação para melhorar a sua operação. Robôs equipados com IA estão sendo testados para a preparação de pratos em cozinhas industriais e até mesmo em restaurantes de alto padrão.
Mas, será que os clientes estariam dispostos a pedir comidas preparadas por IA? Essa foi a questão principal de um estudo recente da Gastrodata-Risposta, com mais de 5.000 consumidores. O resultado apontou que 49% dos respondentes estariam dispostos a experimentar pratos criados ou preparados por IA, enquanto 32% afirmaram que não aceitariam essa inovação em sua alimentação.
Leia mais sobre o resultado do estudo
Agora é a sua vez de opinar. O que acha desta tendência? Escreva aí nos comentários.
Com informações ACOM Sistemas, SindRio e Gastrodata
No Replies to "IA invadiu os restaurantes, sabia?"