Ele já esteve em alta, caiu em desgraça, seguido de um longo período de esquecimento, para retornar com tudo aos copos e taças. Agora brilha em preparações simples ou requintadas nos bares e restaurantes. Trata-se do gim, aguardente de cereais (cevada, trigo, aveia), que passa por processo de infusão com especiarias, ervas e zimbro – uma fruta parecida com a uva, que é a responsável por conferir o aroma e o sabor característicos da bebida.
Por conta do zimbro, que possui propriedades diuréticas e depurativas, o destilado foi criado para ser remédio no século XVII na Holanda. A ideia é que fosse usado como alternativa no tratamento de doenças renais, do estômago e do fígado também. Mas acabou tendo pouco efeito neste sentido e se espalhou pelo mundo, com a ajuda dos ingleses – os responsáveis por criar as melhores formulações – como uma saborosa bebida alcoolica.
Entre as marcas usadas por ele, um chegou recente ao mercado brasileiro. Nordés é original da Galícia, na Espanha, é produzido com uvas Alvarinho, típicas da região da Galícia e norte de Portugal com a maceração de 11 ingredientes botânicos, galegos e de outras regiões da Europa.
Um pouco mais de história
Entre os anos 1340 e 1700, período em que a Peste Negra matou dois terços da população europeia, as pessoas consumiam tônicos e elixir de zimbro por acharem que preveniam a doença. Por este motivo, chegou a ser incentivado o consumo da bebida feita com a fruta.
Os sobreviventes e suas famílias aos poucos se mudaram para as cidades, que não tinham estrutura de serviços básicos e pouca expectativa de vida. Os salários eram baixos também, mas isso não impediu que a população gastasse parte dele bebendo gim de péssima qualidade. O evento ficou conhecido como “gin crazy”, ou loucura do gim em português, período em que o alcoolismo e a violência nas ruas passaram dos limite. Por este motivo, a bebida foi proibida no século de XVIII.
Um boa fonte de pesquisa sobre o destilado Gin, A Global Story (Reaktion Books, 2012), A História Universal do Gim, no título em português, escrito pela jornalista norte-americana Lesley Jacobs Solmonson. Segundo ela, “Nenhuma outra bebida foi tão difamada como o gim”.
1 Reply to "O retorno glorioso do Gim"
Rita Sponchiado 14 de setembro de 2018 (16:46)
Adoro Gim!!