Por Lalá Ruiz*
Notícia nada alentadora para o vinho brasileiro. Em 2023, a produção de vinho no país deverá ser de 2,3 milhões de hectolitros (Mhl), número que representa uma diminuição de 30% em relação a 2022. Essa queda, segundo relatório preliminar sobre a produção mundial de vinho deste ano, divulgado nesta terça-feira (7/11) pela Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV), é consequência direta da falta de chuvas em importantes regiões vinícolas do país, especialmente no Rio Grande do Sul.
Em se tratando de América do Sul, o Brasil não está sozinho nessa. Conforme aponta o relatório a OIV, todos os principais países produtores de vinho do continente registaram uma queda significativa na produção em relação a 2022. No Chile, por exemplo, onde a colheita foi severamente afetada por incêndios florestais e secas, a produção de vinho em 2023 está em 10 Mhl, volume 20% menor em comparação ao ano passado.
A Argentina, país que sofreu com geadas primaveris e tempestades de granizo, registra uma produção de apenas 8,8 Mhl, ou seja, índice 23% menor do que em 2022. Segundo a OIV, essa queda representa um dos volumes mais baixos registrados na história do vinho argentino. O Uruguai, que tem sofrido com uma forte seca aliada a ondas de calor, tem uma produção estimada em 0,5 Mhl para 2023, uma variação negativa de 34% em relação ao ano passado.
Estimativas nada animadoras
Aliás, com base nas informações recolhidas nos 29 países que responderam por 94% da produção mundial em 2022, a OIV projeta que a produção em 2023, excluindo sumos e mostos, deverá ficar entre 241,7 Mhl e 246,6 Mhl, com uma estimativa média em 244,1 Mhl. Isso representaria uma queda de 7% em relação ao volume já abaixo da média de 2022.
Porém, como alguns países importantes, entre eles a China, ainda não disponibilizaram seus números referentes à produção de 2023, essa estimativa pode mudar. Mas, em caso de confirmação das previsões, esta seria a menor produção desde 1961 (214 Mhl).
No Hemisfério Norte, aponta o relatório da OIV, Itália, Espanha e Grécia foram os países que mais sofreram com as péssimas condições climáticas. Apenas os Estados Unidos e alguns países da União Europeia, como Alemanha, Portugal e a Romênia, registraram condições climáticas favoráveis, volumes de produção médios ou acima da média – o relatório completo está disponível no site da OIV.
Sobre a OIV
A OIV foi criada em 1924. Trata-se de uma organização intergovernamental de âmbito científico e natureza técnica de reconhecida competência para o seu trabalho no que diz respeito vinhas, vinho, bebidas à base de vinho, uvas de mesa, passas e outros produtos à base de vinha. Com sede em Dijon, na França, é composta por 50 estados-membros, sendo seu mais novo integrante a Albânia (o país foi oficializado na organização no último mês de setembro).
EM TEMPO
Javier Moro, presidente da bodega Emilio Moro, visita o Brasil
Javier Moro, presidente da bodega espanhola Emilio Moro, visita o Brasil neste mês de novembro para apresentar os novos rótulos de seus premiados vinhos. Com 130 anos de tradição vitivinícola, a bodega é comandada pelas terceira e quarta gerações da família e elabora vinhos que se destacam pela sua elegância, poder e profundidade de sabor. Todos os vinhos da Emilio Moro são bem pontuados pela crítica especializada. No Brasil, desde 2008 os rótulos da bodega são importados com exclusividade pela Épice Importadora.
*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.
2 Replies to "Vinho brasileiro: produção 30% menor em 2023"
PATRICIA 8 de novembro de 2023 (09:43)
ADOREIIII
lala 9 de novembro de 2023 (15:25)
Muito obrigada pelo retorno!