Confira entrevista com Giuliana Ferreira, embaixadora das vinícolas Catena Zapata e Viña Montes, feita durante a apresentação da nova carta de vinhos do Bellini Ristorante, em Campinas
Por Lalá Ruiz*
O Bellini Ristorante, de Campinas (SP), promoveu uma happy hour no dia 1º de junho, véspera do feriado de Corpus Christi, para apresentar sua nova carta de vinhos (leia mais abaixo). O evento contou com a participação de Giuliana Ferreira, da importadora Mistral, que atua como embaixadora no Brasil das marcas Catena Zapata (Argentina) e Viña Montes (Chile). Sommelière formada pela ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers), ela conversou comigo sobre sua carreira e como é o trabalho de uma embaixadora de vinícolas. Leia a seguir:
O Assunto é Vinho – O que faz uma embaixadora de uma marca de vinho, de uma vinícola?
Giuliana Ferreira – Uma embaixadora é a cara da marca no país. Eu faço eventos, treinamentos, ações de trade marketing, de branding. Por exemplo: é entrar num lugar e dizer que tal rótulo é a cara desse lugar. Um embaixador leva adiante todo o trabalho da vinícola, sua história, os rótulos, a proposta. A gente tem o trabalho de encantar as pessoas assim como nós nos encantamos com as vinícolas com as quais trabalhamos.
Como você começou no mundo do vinho?
Nossa… Faz 20 anos, bastante tempo. Eu comecei como sommelière. Trabalhei sete anos na rede Rubaiyat, em São Paulo, como sommelière. Depois fui trabalhar na Argentina, também pelo Rubaiyat, e morei lá um ano. Depois saí da área de restaurantes e fui trabalhar em importadoras, ainda como sommelière. Com o tempo eu me encantei pela área de marketing, de cuidar da marca, de ser a cara da marca e trabalho como embaixadora já há bastante tempo.
E como é que você chegou a essas marcas que você representa hoje, a essas vinícolas?
Trabalhando muito. É uma honra. Eu me recordo de quando era sommelière de restaurante e que, pra mim, era um sonho de consumo vender, trabalhar com uma marca como a Catena, colocar a Catena, a Montes na carta (de vinhos). Foi um processo. Assim, de sommelière fui migrando para o setor de marketing, de branding, trabalhei em outras importadoras e demorei muito até chegar à Mistral, onde estou há três anos e meio. É o meu maior motivo de orgulho trabalhar com a Catena e com a Montes.
Se você fosse indicar três rótulos para quem está se iniciando no mundo do vinho, quais você indicaria?
Vou falar uma coisa que falo sempre: a única coisa que não pode no mundo do vinho é deixar de tomar vinho. Agora, vinho é gosto pessoal, é como você gostar de um prato e seu amigo não. Isso é vinho. Não é pelo preço, não é pela pontuação, mas é pelo seu gosto pessoal. Muita gente começa com os vinhos doces. Chalise, Sangue de Boi… Quem nunca? Que atire a primeira pedra! (risos) Então, você tem que migrar para um vinho seco. Como se faz isso? Procure vinhos que sejam muito fáceis de beber. Aí você mesmo, na sua trajetória, vai encontrando um caminho. Você fala “cansei de tomar essa uva, quero buscar outra” ou “tomei um vinho mais encorpado na casa de uma pessoa e gostei”. Mas busque, para começar, vinhos bem fáceis, com bastante fruta. E uma dica imprescindível: deguste. Hoje tomei Malbec, amanhã tomo Merlot, depois Cabernet Sauvignon e assim vai. Não esqueça das uvas brancas, que são maravilhosas para fazer essa transição por causa da temperatura, dos vinhos rosados, enfim, é um conhecimento infinito.
Bellini renova carta de vinhos, que também passa a ser descritiva
Com 18 anos de atuação em Campinas, o Bellini Ristorante renovou a sua carta de vinhos – dos 200 rótulos comercializados atualmente pela casa, 40 são novos. A seleção foi feita em parceria com a importadora Mistral, com a proposta de renovações sazonais. A carta também passou a ser descritiva, ou seja, contém uma breve explicação sobre cada vinho oferecido aos clientes.
Servido na apresentação da nova carta, o espumante Talise Brut, produzido no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, por Luís Henrique Zanini a partir das uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, é descrito assim: “Com delicada perlage, espumante, fresco, harmônico e elegante. Repleto de notas frescas e aromáticas. É bastante versátil”. Completo dizendo que tem um bom custo-benefício: seu preço é R$ 80,00.
Outro rótulo servido no evento foi o Montes Limited Selection Pinot Noir, que é apresentado da seguinte forma: “Um Pinot Noir de pequena produção, elaborado por Viña Montes. Mostra um bouquet intenso e elegante com toque exuberante de frutas maduras. Na boca é macio e saboroso com bom equilíbrio e frescor”. Realmente é um vinho elegante e saboroso. Valor de venda no Bellini: R$ 198,00.
O Bellini Ristorante funciona no Vitória Hotel Concept Campinas, localizado na Avenida José de Souza Campos (popular Norte-Sul), 425, telefone: (19) 3755-8037. Abre para almoço de segunda a sábado, das 12h às 15h, e aos domingos, das 12h às 16h, e para o jantar de segunda a sábado, das 19h às 22h30. Mais informações: belliniristorante.com.br.
EM TEMPO
A palavra perlage, que aparece no descritivo do Talise Brut, se refere às bolhas dos espumantes, champanhes e frisantes. Vem do francês perle, que quer dizer pérola. Nos espumantes e champanhes, essas bolhas são formadas naturalmente, a partir do processo de fermentação. Já nos frisantes, elas podem ser tanto naturais quanto artificiais – nesse caso, a partir da adição de gás carbônico ao vinho após a fermentação. Quando se fala em espumantes e champanhes, o perlage é considerado um importante indicativo de cuidado na elaboração e consequente qualidade da bebida.
*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.
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