Um passeio pela, e porque não, nossa terrinha!

PortugalPor Filomena Colevate
Consultora de Vinhos

Vinho é uma bebida pra se beber acompanhado, em boa companhia, e na semana que passou, milhares de pessoas degustaram juntas, na mostra internacional de vinhos Expovinis e  em eventos paralelos,  jóias raras desse universo. Talvez porque estive encantada com a”terrinha” em minha última viagem, deixei então, me levar pelos seus complexos aromas e sabores.

Famosos pelas suas quase 300 castas autóctones, os vinhos de Portugal são um convite ao inesperado. Tão inesperado quanto, é saber que lá, ainda se plantam em alguns lugares, as vinhas todas misturadas, que crescem ao embalo da natureza, e, certo seria pensar que cada uma amadurece num período, nisso se instalaria o caos,  mas a sábia  natureza, se encarrega de equalizar essas diferenças. Essa característica faz-nos saber que tudo segue seu curso e sempre para o sucesso, pois as vinhas juntas promovem uma segurança em relação às pragas e estas não conseguem infiltrar nas plantações.

Seria poético pensar, mas ouvi de um apaixonado português e realmente especialista em vinhos de Portugal e do mundo, que uma uva criada pela natureza é sempre muito mais surpreendente que as criadas pelos homens, famosos enólogos…

Poucas são as bebidas varietais que encontramos, e se assim o fosse, teríamos mais de 300. A grande atração nos vinhos portugueses está na característica de suas bebidas serem elaboradas preferencialmente em cortes e essas diferenças não param aí, pois os solos são  muito diversos em um território pequeno como aquele. As variações microclimáticas com influências atlântica ou continental, assim como as infinitas possibilidades, e porque não dizer, matemáticas,  fazem do país um berço de ricas alquimias enológicas.

Mesmo sendo um país de dimensões discretas, percebi entre as falas e brincadeiras que uma saudável rivalidade se instala nesse  mundo português de vinho. Fato é que, uma vinha do norte plantada em outra região, é batizada com outro nome, pois esta será diferente, e certamente muito melhor!!! A exemplo disso, temos a casta Fernão Pires em Lisboa que quando  plantada na Bairrada tem seu nome mudado para Maria Gomes !! Ora pois, tenha o nome que tiver, o vinho português agrada aos sentidos seja tendo  a perfeição do Alvarinho, o frescor da Arinto, a estrutura da Baga passando pelos sedutores aromas de ameixas, cerejas ou de exóticas violetas..

Este é um mundo em que o prazer é apenas viver! Viva…!

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