Nesta sexta-feira, dia 13 de setembro, é comemorado o Dia Nacional da Cachaça. Amansa-corno, abrideira, branquinha, malvada, perigosa, arrebenta-peito, engasga gato, espanta-moleque, esquenta por dentro, quebra-goela e tira-juízo. Esses são alguns dos inúmeros apelidos dessa bebida originalmente brasileira que nasceu “com matéria-prima e braços nacionais, ainda que com alambiques lusos”, já disse o folclorista Luís da Câmara Cascudo.
Segundo a jornalista Roberta Malta Saldanha no livro Histórias, Lendas e Curiosidades da Gastronomia, a cachaça seria originária da criatividade dos escravos nos tempos do Império, que descobriram que borra de melaço, depois de alguns dias, fermentava, dando origem a um produto que se denominava cagaça, que servia para alimentação dos animais e até mesmo dos escravos.
Séculos depois de sua criação, há marcas que galgaram um caminho diferenciado migrando da simplicidade para o sofisticado. Algumas delas atingiram status de bebidas requintadas, com garrafas elaboradas, tampas folheadas a ouro e com altos preços, semelhantes aos de vinhos e uísques renomados.
Essa nova realidade, no entanto, não tira a beleza e o sabor das cachacinhas tradicionais, feitas a séculos por famílias simples. É o caso do centenário Engenho do Barreiro, em Águas de Lindóia. Entre Sabores foi conferir a bebida produzida pelo Seu Ditinho e ouvir seus causos.
Carismático, o senhor de 80 anos, que há 53 produz a “água que passarinho não bebe”, conduz o visitante por uma viagem no tempo: primeiro o moinho para moer milho que produz o fubá, em seguida o monjolo e água natural abundante que desce das montanhas, forno e torrador de café a lenha, e ao final o moedor de cana movido a cavalo e um velho alambique, onde produz a puríssima caninha Ditinho do Barreiro, em três versões: branca, amarela e azul.
A visita termina com a degustação das cachaças e um passeio pela casa que possui inúmeras antiguidades, tudo muito simples, mas interessante na mesma proporção.
Para fazer as versões amarela e azul, são usados aditivos naturais à cachaça branca. A cor azul, que encanta os olhos, é adquirida com galhos de um tipo de mexerica, “também chamada de carioquinha”, explica Seu Ditinho, responsável pela criação.
1 Reply to "Um viva à cachaça, bebida originalmente brasileira!"
A gastronomia impecável do Villa di Mantova em Águas de Lindóia | Entre Sabores 30 de setembro de 2013 (11:24)
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