Bruce Dickinson: roqueiro, piloto e cervejeiro superstar

Não é difícil encontrar por aí a junção bombástica da música com a cerveja. E os exemplos estão aos montes, principalmente quando o rock’n’roll está envolvido: das Velhas Virgens, ao Raimundos e Charlie Brown Jr. – que, apesar do desmembramento da banda, ainda têm cerveja com sua marca produzida pela Cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto. Mas alguns frontmens de bandas de renome internacional cultivam outras paixões etílicas, caso de roqueiros como Lars Ulrich, baterista da banda de heavy metal Metallica, e Bruce Dickinson – líder da banda britânica Iron Maiden.

A primeira vez que a banda se envolveu no mundo cervejeiro foi em 2013, quando produziu em colaboração com a Robinsons Brewery, da Inglaterra, a primeira linha da “Trooper”, que leva o famoso mascote macabro no rótulo, o “Eddie” (como fã, a gente se acostuma com a figura cadavérica, e até acha bonitinho!). A primeira série de cervejas contemplou estilos variados, como Golden Ale e estilos belgas. Mas o casamento de maior encaixe da marca com um estilo cervejeiro aconteceu com a parceria de Dickinson com a Bodebrown, cervejaria curitibana.

Daí em diante, é história: a Trooper Brasil IPA nasceu da união dos desejos tanto da faceta cervejeira de Bruce e também de Samuel Cavalcanti, mestre cervejeiro da Bode. A primeira versão do rótulo saiu em 2019, com a proposta de unir a pegada heavy metal da banda com a união de lúpulos como Sorachi Ace, Amarillo e Sabro, e representar nossas brasilidades com pitadas de cacau e da manga.

Da esquerda para a direita: Samuel Cavalcanti da BodeBrown, Bruce Dickinson ao centro e o cervejeiro Paulo Cavalcanti (Divulgação)

Junto com o Iron Maiden, Dickinson (64) já visitou o Brasil mais de dez vezes desde 1985, onde tocou num épico concerto do Rock in Rio. Isso, claro, tirando suas vindas extra-oficiais em que faz questão de pilotar o próprio avião e aterrizar pelas pistas brasileiras – o que mostra o gosto do artista pelo país. Logo, imprimir seu nome numa produção com traços nacionais era importante.

Agora, com sua marca consolidada, o músico já exprimiu a vontade de deixar que a Trooper siga como marca principal, retirando o Iron Maiden de campo. Em entrevista dada à CNN em 2014, Bruce afirmou que a Trooper já ganhou vida própria. “As pessoas bebem porque elas gostam da cerveja, não porque elas são fãs de Iron Maiden”, destacou.

Desde então, outros rótulos ousados saíram da mente criativa do roqueiro. A primeira lager sob a marca Trooper foi uma mistura entre cerveja e sakê. A ideia foi concebida depois de uma viagem ao Japão, e os dois perfis sensoriais se provou viável. O rótulo se chama “Sun and Steel”, nome de uma das faixas do quatro álbum da banda.

E você conhece mais exemplos do crossover entre música e cerveja? Me conta nos comentários!


* Letícia Cruz 
Uma jornalista curiosa pelo mundo das cervejas compartilhando suas descobertas. Entusiasta da cerveja viva e local. Apaixonada pelos lúpulos! 
Criadora do @cervejopedia no Instagram e da loja @cervejopedia.beershop, que fica em Santana, capital paulista.

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