A mandioca, também conhecida Brasil afora por macaxeira ou aipim, é um dos ingredientes mais comuns da culinária indígena. E no dia do índio, 19 de abril, os nativos desta terra chamada Brasil, nada melhor do que falar sobre esta raiz tão saborosa e versátil.
Simplesmente cozida e servida com sal e azeite, frita, no caldinho para dias mais frios, como base de massas como nhoque, e salgadinhos, como a coxinha, em pães feitos com fécula ou com a própria farinha, que por si só acompanha bem demais o feijão, o churrasco. A lista é enorme.
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Mas da mandioca, os índios extraem mais. Sai por exemplo, o chibé uma bebida clássica da região amazônica preparada a partir da farinha com água, complementada com açúcar e rapadura, ou misturada a vinhos de frutas nativas, como o buriti ou açaí.
O caxiri é outro exemplo, só que é feito da raiz ralada com casca e tudo, que depois é processada para extração do líquido.
A massa resultante disso é usada no preparo do beiju fininho, um alimento também tradicional daquela região, porém que também está nas cozinhas urbanas e multiculturais, como disse Raul Lody, em seu livro A virtude da Gula.
“Esses sistemas simbólicos presentes nas comidas e nas bebidas integradas à vida, ao cotidiano e aos rituais coletivos fazem de cada fruta um sentimento e uma referência nos processos de comunicação entre os mitos e os homens”, diz o autor.
Segundo ele, nosso olhar para a mandioca está nos usos das massas para serem assadas na tapioca, por exemplo, uma base tradicionalmente inodora e insossa.
Mas a criatividade na cozinha, que transforma a mandioca em farinha, que vira beiju e tapioca, também faz desses elementos doces incríveis, como o mané pelado (bolo de mandioca) e em pudim de tapioca, cremoso e saboroso, cuja receita está abaixo.
Viva a cultura indígena! Seus saberes e sabores!
Referência Bibliográfica:
LODY, Raul, A Virtude da Gula – Editora Senac – São Paulo, 2014
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