O queijo mineiro – e seu modo de fazer, que tem mais de 200 anos de histórias, tradições e saberes – acaba de se candidatar para integrar a Lista Representativa do Patrimônio da Humanidade, chancelada pela Unesco. A assinatura e entrega do documento ao Ministério do Turismo pelo Sistema Faemg e pelo Sebrae Minas ocorreu durante o Festival do Queijo Artesanal de Minas de 2022, realizado em Belo Horizonte, no último final de semana de setembro.
Para o presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo, o pedido de reconhecimento ao modo de fazer do queijo celebra o trabalho dos mineiros. “A importância para os produtores rurais é forte, mas, mais do que isso, o Brasil é um país que se orgulha pouco da cultura que tem. E esse ‘modo de fazer’, que é uma tradição do nosso queijo artesanal mineiro, pode e deve ser aceito como Patrimônio”.
Já o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Roberto Simões, disse que a indicação como Patrimônio da Humanidade, com a chancela da Unesco, dá mais corpo ao produto. “As pessoas podem melhorar as suas vendas, que é o nosso grande objetivo, e melhorar a qualidade de vida das famílias”.
O Queijo Minas Artesanal já é reconhecido como uma iguaria pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. O estado possui 13 regiões reconhecidas como produtoras de queijos artesanais. O “terroir” de cada uma delas faz com que os sabores dos queijos sejam únicos.
Queijos premiados
Vem de Alagoa, município do Circuito das Terras Altas da Mantiqueira, o Fazenda Bela Vista Premium, um queijo de leite cru, com massa semicozida e maturado por dois meses, que foi eleito por votação popular o campeão do Festival do Queijo Artesanal de Minas 2022.
Em um negócio passado de pai para filho, o modo de fazer do Bela Vista foi preservado pelo produtor Renato de Sousa. Ele só criou uma marca para o queijo feito por seu pai, deu um nome e começou a participar de festivais. Sousa conta que, desde 2018, o Bela Vista Premium ($130/kg) já faturou 15 prêmios, 11 deles no Brasil e quatro na França, uma das terras sagradas do queijo.
A medalha de prata ficou com o Queijo Minas Artesanal (QMA) com maturação de 45 dias produzido na Queijaria Soberana, na região de Diamantina.
Um empate marcou o terceiro lugar: Queijo Jacuba, da região de Campo das Vertentes, e Carmo do Caranaíba, na região do Cerrado.
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