Neste mês de fevereiro, o ícone maior do Reino Unido comemora seu jubileu de platina. A Rainha Elizabeth II ocupa o trono da maior monarquia do mundo há impressionantes 70 anos, maior período que um monarca completou na história. Um símbolo de constância e linearidade que desperta amor em muitos e aversão em outros – mas um fascínio ímpar em qualquer um. Com essa trajetória rica, também vem toda uma mítica por tudo o que envolve a realeza. Mas é nos detalhes que essa figura que coloca a tradição sempre em primeiro lugar pode nos surpreender.
Cá entre nós, já sabíamos que a bebida de preferência da Rainha é o Dry Martini – coquetel preparado com gin, vermute seco e gelo, “batido, não mexido”, como popularizaria o também britânico James Bond nos filmes. Embora seja raro principalmente nos últimos anos vê-la com uma taça em mãos, é de conhecimento o hábito da monarca em tomar pelo menos um drink por dia, hábito proibido por seus médicos nos últimos meses em razão da idade avançada: a longeva Rainha ostenta 95 anos de idade. Recentemente, foi diagnosticada com a covid-19. Torçamos para que se reestabeleça brevemente!
Mas o que pegou muitos desavisados de surpresa é o fato de a realeza decidir investir também no mundo das cervejas artesanais. Além de produzir Gin em destilaria própria instalada em uma de suas propriedades de Sandringham (no condado de Norfolk), há duas novas adições etílicas ao rol: uma Best Bitter e uma Golden IPA.
O primeiro rótulo traz os sabores mais clássicos da escola inglesa, com aromas e sabores de maltes caramelos e com 4,3% de graduação alcoólica, com uma coloração âmbar profundo típico das English Bitters. De acordo com a marca, a Best Bitter é produzida três variedades de lúpulo para imprimir um amargor mais marcante. Já a Sandringham Golden IPA (5% de teor alcoólico) imprime um amargor mais elevado e aromas herbais típicos dos lúpulos ingleses. Segundo sua descrição, é uma cerveja IPA “tradicional” – e por essa característica entendo que seja uma cerveja do estilo como feita antigamente, tão lupulada quanto maltada.
A maioria dos ingredientes utilizados nas receitas são orgânicos e cultivados na propriedade de Sandringham onde, diga-se de passagem, a Rainha em pessoa costuma passar seus feriados como o Natal em família. Isso significa que os maltes são “reais” e até mesmo a água para produzir a cerveja é retirada das nascentes da propriedade. Já a etapa de fermentação dos grãos é feita pela Barsham Brewery, localizada numa área rural de Norfolk.
Nada mais apropriado do que uma cerveja oficialmente com o selo de aprovação da Rainha para um país que tanto ama e contribui para a cultura cervejeira.
Quer experimentar as cervejas? Saiba que os rótulos estão à venda no site oficial da propriedade de Sandringham por £ 25, algo em torno de R$ 169 na cotação atual. Se você estiver disposto a pagar algumas boas libras a mais de frete para a América do Sul, vá em frente (clica aqui!) – e depois me conta (risos). Acompanhando a garrafa no box contém também um chutney de frutas feito com adição da cerveja em questão (no caso da IPA, o chutney é de maçã e da Bitter, de tomate) e um copo pint personalizado. Quem sabe na próxima viagem ao Reino Unido?
Saúde e muitos brindes a mais para Elizabeth!
* Letícia Cruz Uma jornalista curiosa pelo mundo das cervejas compartilhando suas descobertas. Entusiasta da cerveja viva e local. Apaixonada pelos lúpulos! Criadora do @cervejopedia no Instagram e da loja @cervejopedia.beershop, que fica em Santana, capital paulista.
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