A literatura regional infantil cresce a olhos vistos no Brasil, mas com certeza abrangendo locais onde a tradição se faz por folclore, e muitas vezes costumes, privilegiando norte, nordeste dentre outras, o que impulsionou a aparição de outros autores que escrevem sobre suas lembranças, experiência, memórias.
Falar para crianças requer grande habilidade, e muitas vezes muito apoio nas ilustrações, pois o lúdico transmite mensagem mais direta e prazerosa. Dentro desse universo, algumas vezes desponta realidades como a de algumas cidades e de distritos. Falo do lançamento que acontecerá em setembro do trabalho intitulado: O Marquesinho, O Ribeirão e a Cabrita, de autoria de Claudia Esmeriz.
História localizada em Campinas, mais precisamente no distrito de Joaquim Egídio, que como Sousas, fazem parte do que chamamos do antigo cinturão do café, por abrigar fazendas do cultivar desde o século XIX.
Segundo a escritora, que tem sua formação na área ambiental e moradora de Sousas, o objetivo de escrever o livro foi contar de forma lúdica uma história local. Ela direcionou sua carreira para estudos do meio ambiente, e faz parte do CONGEAPA- Conselho Gestor da APA de Campinas que trabalha para toda região quando falamos em preservação e informações dos rios Atibaia e Jaguari, principalmente.
Para Claudia ter em mãos esses estudos e informações a incentivou a fazer parte da literatura infantil, pois permite chegar até as pessoas através das histórias, colaborando com a criação de consciência ambiental de preservação e proteção. “A região da APA concentra cerca de 50 fazendas, cachoeiras, matas, assim temos muita história pra contar”, ressalta Claudia.
Ela conta que após essa primeira edição, serão lançadas outras duas. “Nestes três livros que divido por distritos e região das estações da Mogiana-Anhumas até Carlos Gomes, conto algumas curiosidades e a história local com olhar sempre nos três pilares da sustentabilidade: Social, Econômico e Ambiental.”
Interessante falar que neste primeiro, o enredo se dá envolvendo o cultivar do café, que na época impulsionou a economia local e regional, tendo importância nacional, principalmente no século XIX. Marcas disso podem ser vistas até hoje não somente nos distritos como também em toda cidade de Campinas.
Curiosidades como a locomotiva “cabrita “ que ganhou esse nome porque pulava muito quando conduzida pelo senhor ” Manoel” poderão ser descobertas nessa leitura prazerosa.
O lançamento será no A Cabrita Café , no distrito de Joaquim Egídio, distrito de Campinas. Participe! Mais informações no perfil da autora no instagram @claudiaesmeriz.
Sandra Racy, jornalista com atuação na área rural, professora universitária com mestrado em História e Memória, barista de café há 10 anos, com experiência em consultoria, cursos e eventos em fazendas e sítios de café, bem como gastronomia voltada para o café. Siga @sandra.barista no Instagram.
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