Os efeitos da pandemia de Covid-19 são marcantes no setor de alimentos e bebidas, e tudo leva a crer que a busca por maior imunidade do organismo é tendência que irá perdurar por um longo período.
De acordo com o estudo Macro tendências 2023-2024 do Sebrae Inteligência de Mercado, “diminuir ou eliminar os radicais livres produzidos pelo organismo tem gerado muitas receitas que adotam a cúrcuma ou açafrão em suas composições”, diz o documento, que ainda cita a semente de linhaça como um ingrediente procurado em rótulos de alimentos por conta suas propriedades anti-inflamatórias.
No mundo da restauração, essa percepção é confirmada pelos chefs. Segundo Jaqueline Katecare, que comanda a cozinha do Kaizen Japanese Food, por exemplo, os menus especiais de seu restaurante (conhecidos como Omakase) vão trazer uma série de ingredientes, ervas e especiarias inovadores em 2024. “Elementos como o matchá, conhecido por sua rica cor e propriedades antioxidantes; o shissô, que traz um toque refrescante e intrigante às preparações; o curry, que oferece uma explosão de sabores e complexidade; a pimenta shishimi togarashi, que promete um equilíbrio perfeito entre calor e aroma; o yuzu kosho, uma mistura cítrica e picante que aguça o paladar; e, por fim, o sancho, uma especiaria que traz um toque cítrico e ligeiramente picante”, revela a chef.
Um outro viés é combinar de forma diferenciada as ervas do cotidiano que resultam em outros sabores para os pratos. Esse é o caso do chef Mauro Mason, do Benedito Restaurante. “Tenho experimentado a mistura de muitas ervas frescas para criar uma salsa verde, estilo mexicana para servir no restaurante com muita variedade, desde orégano fresco, hortelã a salsinha, coentro, dill e manjericão”.
Já Adriano Ramos, responsável pela cozinha da Cervejaria Landel, uma grande tendência é unir ingredientes que agregam sabor, aumentam a imunidade e que possam ser usados de forma integral. Ele cita pimentas frescas variadas, como Maria Bonita, Cambuci e de cheiro, tomilho, alecrim, açafrão da terra e gengibre como insumos frequentemente usados em suas criações. “Cascas podem ser muito bem utilizadas para potencializar sabor e evitar o desperdício”, afirma o chef que já aponta para outra tendência, a da sustentabilidade.
Texto: Érika Soares
Foto: Natural Chef Carolyn Nicholas
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