Folclore na alimentação: é comida ou expressão

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O dia 22 de agosto foi a data escolhida para reverenciar o folclore brasileiro, que é formado pelas crenças, lendas, brincadeiras e pelos costumes do povo, que vive nesta terra. É comida que deixa de ser alimento e vira expressão, com outros significados. É o folclore brasileiro, que transforma o abacaxi em problema.

Para o maior estudioso do assunto, Luís da Câmara Cascudo – historiador, sociólogo, antropólogo, etnógrafo, folclorista entre muitas outras profissões – reuniu em sua extensa obra tudo o que diz respeito às tradições culturais do povo brasileiro, e a alimentação, é claro, estava entre elas.

Leia mais sobre Cascudo e o Folclore na Alimentação

Para ele o folclore da alimentação deve ser tão variado e complexo como sua própria história. Em um recorte interessante, apresentou na Revista Brasileira de Folclore (1963), que traz uma grande lista de vocábulos (daquela época e ainda hoje) frases-feitas e locuções, ligadas à alimentação que têm outro significados.

Entre Sabores, escolheu alguns deles. Já ouviu alguns desses termos? Conta aí nos comentários.

Abacaxi: desajeitado, canhestro. Dificuldade, problema, complicado. Descascar o abacaxi, resolver habilmente a situação.

Água: banalidade, vulgaridade, monotonia. A festa foi uma água. Falhar o plano, deu água. Água
morna, os apáticos, os neutros.

Angu: complicação, chafurdo, briga, bagunça. Angu de caroço.

Banana: covarde, tolo, sempre concordante.

É Batata: acertado, justo, eficiente.

Biscoitar: surrupiar, apropriar-se astuciosamente, com esperteza mas indevidamente.

Cachaça: vício, mania, hábito, predileção. A cachaça dele é a política.

Café-pequeno: facilidade, proveito imediato. Sucesso obtido sem custo.

Canja: idêntico ao café pequeno. Êxito sem custo, ou foi canja. «Na canja.>>, vida boa.

Feijão-todo-dia: o ritmo cotidiano, inalterável.

Encher linguiça: ocupar o tempo com banalidades; discurso sem assunto digno de audição.

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Referências:

Revista Brasileira de Folclore – (Ano III, Nº 7, setembro/dezembro de 1963. Disponível em Biblioteca Digital Curt Nimuendajú http://etnolinguistica.wdfiles.com/local–files/biblio%3Acascudo-1963-alimentacao/cascudo_1963_alimentacao.pdf

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