Folclore na alimentação está presente no dia a dia

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viradopaulistaEm 22 de agosto é comemorado o dia do Folclore Brasileiro. Em forma de lendas e costumes, o folclore está presente no cotidiano das pessoas sem que, em grande parte das vezes, sequer percebam.

Os nossos hábitos alimentares e a forma de nos portar à mesa, por exemplo, demonstram muito das tradições e cultura popular, transmitidas oralmente de geração em geração.

Assim como danças, festas e costumes folclóricos, as comidas também sofrem alterações de região para região do país. A culinária típica do Estado de São Paulo, por exemplo, carrega as características do início do povoamento das terras paulistas e tem estreita ligação com os bandeirantes.

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O milho é um dos ingredientes presentes na comida paulista, assim como seus derivados, como farinhas, canjicas, curaus e pamonhas. Também pode-se destacar frutos como o pinhão e a jabuticaba.

“O tradicional virado paulista (mistura de farinha de milho com feijão) também surgiu na época dos primeiros colonizadores, fazendo parte do ‘kit de sobrevivência’ das viagens. Além do virado, integravam o kit o toucinho e a carne seca, alimentos com tempo de conservação maior”, diz o site governamental Biblioteca Virtual.

Mais do que se come, outros quesitos ligados à alimentação também são folclóricos. No livro “História da Alimentação no Brasil”, o renomado escritor e folclorista Luís da Câmara Cascudo dedica 19 páginas para falar especificamente sobre inúmeras superstições alimentares, muitas delas que ajudaram a formar o código de etiqueta à mesa: “Comer despido é ofender o Anjo da Guarda. Comer com o chapéu na cabeça é comer com o diabo. Quando cai comida no chão, da boca ou do garfo é sinal de parente ‘passando necessidade’. Não se levanta comida do solo porque é das almas. Vinho derramado é alegria. Sal derramado é agouro. Donzela não serve, sal, não corta galinha nem passa palitos. Recebe-se o prato com a mão direita e devolve-se com a esquerda. A direita é de benção para o prato cheio. A esquerda é maldição para o prato vazio. Beber sobejos é ficar sabendo segredos de quem deixou. Não se oferece o primeiro nem o último bocado. Terminando refeição amiga deixa-se o guardanapo aberto para o convidado voltar. Deve-se deixar um pouquinho de comida no prato. É a cerimônia”.

O folclore também está presente no preparo dos pratos e utensílios usados. “As panelas, frigideiras, caçarolas, têm personalidade distinta. Certos alimentos só podem ser feitos em determinadas vasilhas. Mudando, não dão certo. Quando uma panela queima a comida várias vezes, aveza-se, habitualmente, vicia-se.  O remédio é pô-la à parte por imprestável. Só deve mexer uma única pessoa senão desgosta, tira o sabor do acepipe. Mexe-se da direita pra esquerda, primeiro. Depois às avessas. Não se deixa colher dentro da panela nem descansando no bordo pra não atrasar, demorando demasiado a fervura”, inúmera o autor, que traz muitos outros ditados.

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