Um passeio pela história cervejeira de Campinas

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Texto e fotos Lalá Ruiz*

Quando se decide participar de um tour cervejeiro, o objetivo principal é – óbvio – beber e celebrar a boa cerveja. Porém, o cardápio servido pelo 1º Tour Cervejeiro de Campinas, realizado no último sábado (23/11/2019), foi além de boas doses de breja artesanal gelada. Incluiu toques sobre a história da cidade, envolvendo ou não a bebida que data de 8 mil anos antes de Cristo, e muita informação sobre o universo das pequenas cervejarias.

O passeio foi promovido pelo portal Campinas.com.br, em parceria com cervejarias artesanais que fazem parte do Polo Cervejeiro da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O ponto de encontro foi o Tap House da Landel, a cervejaria mais antiga em atividade na cidade e que funciona em uma casa no bairro Taquaral. Pra entender: tap house é um bar com torneiras de cerveja artesanal, de produção própria ou não. No caso da Landel, são rótulos próprios e de duas cervejarias convidadas.

De lá, o grupo composto por 30 entusiastas da cerveja partiu para um city tour, em ônibus de turismo, no centro da cidade. O passeio foi comandado pela guia Cristina Borges, e incluiu, entre outras curiosidades, uma passagem pelo local onde funcionou a primeira cervejaria de Campinas, a Colúmbia, fundada em 1906 pelo italiano Ângelo Franceschini na Avenida Andrade Neves, bem ao lado da saída do túnel Joá Penteado – infelizmente, o imóvel foi demolido.

A segunda etapa foi uma visita guiada à Cervejaria Cogumelo, uma incubadora de microcervejarias localizada no Jardim Myrian. Trata-se de uma empresa que oferece a estrutura física e consultoria necessárias para que o produtor iniciante ou cervejarias ciganas (que não possuem planta própria) coloquem seu produto no mercado. A Cogumelo integra o grupo Lamas, que inclui a Lamas Brew Shop, loja especializada em insumos e equipamentos para a produção de cerveja, e o Bar Lado B.

Segundo o cervejeiro David Figueira, cofundador do grupo Lamas, a Cogumelo já atendeu 42 cervejarias e tem uma capacidade de produção de até 70 mil litros por mês. “Qualquer tipo louco de cerveja a gente consegue fazer aqui”, garantiu. Na visita, foi servida ao grupo uma Catarina Sour com cajá, cerveja esta produzida pela própria Cogumelo para ser apresentada no Slow Brew Brasil, evento que ocorre no dia 7 de Dezembro em São Paulo, Capital.

Brew Pub

Depois, o tour seguiu para o distrito de Barão Geraldo, mais especificamente para o Brew Pub Garimpero, bar com a própria fábrica de cerveja no mesmo prédio. Atualmente, o Garimpero é único nesse estilo em Campinas. Porém, com o decreto assinado há um mês pelo prefeito Jonas Donizette, que baixou o risco de impacto da indústria cervejeira, a expectativa é de que pelo menos 12 brew pubs sejam abertos na cidade, segundo Ícaro Sampaio, um dos quatro sócios do Garimpero.

>>>Leia mais: Decreto beneficia cervejarias artesanais de Campinas

Além de conhecer a estrutura da pequena fábrica, os participantes do Tour Cervejeiro puderam degustar três brejas produzidas na casa: a Hoppy Lager (cerveja leve, de amargor baixo, lupulada e com toques de abacaxi); a Cricket (uma IPA com goiaba, com mais amargor – mais ou menos o dobro da Hoppy); e a Milk Stout, feita com caramelo salgado e apresentada como o “Café da Manhã dos Campeões” (é realmente deliciosa).

Almoço harmonizado

O 1º Tour Cervejeiro de Campinas terminou onde começou: na Landel. Além de um bate-papo (sobre cervejas, claro) com um dos proprietários, Samuel Faria, no local foi oferecido um almoço preparado pelo chef Manuel Alves Filho. O prato escolhido foi a Paella Caipira, harmonizada com a Hazy Pumpkin Pie IPA, cerveja com abóbora, cravo, canela, gengibre e lactose lançada na Festa de Los Muertos da Landel e que lembra a torta americana de abóbora.

Em tempo (ou, a gente bebe cerveja mas lembra das coisas que a guia contou no city tour): Joaquim Policarpo Aranha, primeiro e único Barão de Itapura, foi casado com a Dona Libânia, e Orosimbo Maia, prefeito de Campinas por 20 anos, foi o primeiro a construir um grupo escolar para a população mais pobre da cidade. Obrigada, Cristina Borges, por mostrar como os nomes das ruas e avenidas da região central de Campinas escondem ligações e guardam histórias pra lá de curiosas.

*A jornalista Lalá Ruiz representou Entre Sabores no 1º Tour Cervejeiro de Campinas a convite do portal Campinas.com.br

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