Você sabia que nem todo vinho é vegano?

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Por Lalá Ruiz*

A uva é a matéria-prima do vinho. Apesar da origem 100% vegetal, nem todo vinho é vegano. Isso porque, durante algumas etapas da produção da bebida, podem ser utilizados produtos de origem animal. Levando-se em consideração que existem 7 milhões de adeptos do veganismo no país, de acordo com dados da Sociedade Vegetariana Brasileira, é importante que esse público, cuja tendência é de crescimento nos próximos anos, saiba reconhecer um produto que case com seu estilo de vida, já que muitos rótulos não trazem estampado um selo que caracterize o vinho como vegano.

É importante ressaltar que nem todo vinho passa pelos processos listados no quadro acima, mas, mesmo entre os produtores que optam por essas etapas de produção, há os que preferem produtos minerais, como bentonita (base de argila), carvão ativado e PVPP (polímero sintético), ou mesmo algas marinhas. Principalmente porque alguns países, como França e Estados Unidos, têm restringido ou até mesmo proibido o uso de produtos de origem animal no vinho – entre as substâncias banidas nesses lugares está justamente o sangue utilizado no amaciamento dos taninos.

Mas, como saber se um vinho é ou não é vegano?

Muitos produtores incluem no contrarrótulo de seus vinhos a informação “não filtrado/não clarificado”. Além disso, existem selos de certificação vegana. Mas, como a obtenção dessa certificação por vezes é cara e burocrática, alguns produtores, mesmo sem o selo, declaram que não utilizam nada de origem animal durante o processo de feitura do vinho.

No Brasil, por exemplo, desde 2004 a vinícola Miolo produz vinhos sem a utilização de produtos de origem animal em seus processos. Como reconhecimento, em 2020 a empresa obteve o selo da The Vegan Society, entidade reconhecida pela International Vegetarian Organization, uma associação centenária fundada em 1908 na cidade de Dresden, na Alemanha. O primeiro rótulo a chegar ao mercado com esse selo foi o Miolo Wild Gamay 2020 – logo depois, a certificação foi estendida aos outros vinhos da marca.

Por sua vez, a Henkell Freixenet, maior produtora de vinhos espumantes do mundo, tem investido fortemente nesse segmento. Tanto que, em 2021, foi reconhecida como fabricante de vinhos veganos pela certificação europeia V-Label. “Esta certificação é reconhecida internacionalmente e apoiada por organizações como a alemã ProVeg Internacional, mostrando o comprometimento da marca com a inovação e adequação aos tempos atuais”, declarou Fabiano Ruiz, diretor da Freixenet no Brasil.

Dos 70 rótulos que a empresa tem no portfólio, 13 possuem certificado vegano, 20 são produzidos de forma vegana (mas as vinícolas ainda não foram certificadas) e outros seis que ainda não chegaram ao Brasil já estão sendo engarrafados com o devido selo.

Não dá para listar aqui todas as vinícolas que produzem vinhos aptos a serem consumidos por veganos. Mas, entre elas estão empresas bem conhecidas do público consumidor, tais como Bodega Santa Julia (Argentina), Casa Perini (Brasil), Casa Valduga (Brasil), Luis Felipe Edwards (Chile) e Salton (Brasil). Na dúvida, leia sempre o contrarrótulo.

*Com informações Assessoria de Imprensa | **Crédito da foto principal: Christine Sponchia por Pixabay

EM TEMPO

O ator norte-americano Leonardo DiCaprio comprou uma participação acionária na fabricante de champanhe Telmont, localizada na região de Damery, no nordeste da França. Entre os motivos que levaram o astro a investir na empresa foram as práticas sustentáveis, uma vez que ele é um reconhecido ativista do meio ambiente. Em 2017, a Telmont obteve a primeira certificação de agricultura orgânica para parte de seus vinhedos. A estimativa é de que, até 2025, o restante das plantações também se torne orgânica. A vinícola também aboliu as embalagens de presente e utiliza energia renovável e garrafas de vidro reciclado na produção. Santé!

Leonardo DiCaprio no filme O Grande Gatsby (Foto: Divulgação)
*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

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