Amendoim brasileiro: bom ou ruim?

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O amendoim é um grão costumeiramente consumido no Brasil, principalmente como tira-gosto e em doces típicos juninos, por exemplo, caso do pé-de-moleque e da paçoca. Além de ter sabor que agrada, o grão também possui bom valor nutritivo, pois é composto por 45% a 50% de óleo de fácil digestão, proteínas, vitaminas do complexo B e E, minerais como cálcio, zinco, potássio e fósforo, e ácido fólico.
Mas um fantasma assombra o bom e velho amendoim, principalmente depois de um lote de “Doce de Amendoim Paçoca Rolha” marca Dicel ter sido interditado, no início deste ano, por exceder o limite do teor de aflatoxinas. O que muitos não sabem, no entanto, é que o problema dessa toxina produzida por fungos (que pode provocar danos ao sistema nervoso e, em alguns casos, câncer primário no fígado) não é de agora.
Mas porque isso acontece? De acordo com Camila Girardello, especialista em Nutrição e empresária da Soulight Dietas, o cultivo deste grão em zonas tropicais e subtropicais são mais propensos à contaminação do que as regiões temperadas, pois as condições para a produção de toxinas são mais favoráveis nas zonas de umidade e temperaturas elevadas.
“A presença e a contaminação dos alimentos por aflatoxinas variam em função de fatores geográficos e sazonais e também das condições em que os produtos agrícolas são cultivados, colhidos e armazenados”, comenta Camila, que alerta: “estas micotoxinas têm sido detectadas em sementes de outras culturas com extrema importância no mundo, como milho, feijão, arroz, trigo, algodão, sorgo, frutas e também em rações de animais.”
No caso específico do amendoim brasileiro, a boa notícia é que o pior já parece ter passado, pois a contaminação ainda existe, mas vêm diminuindo nos últimos anos, por conta de novas tecnologias que possibilitam o diagnóstico precoce da presença de fungos contaminantes e de micotoxinas em grãos.

Camila Girardello, especialista em Nutrição e empresária da Soulight Dietas

Para Camila Girardello, embora existam iniciativas para aplicar este tipo de controle, ainda não há uma conscientização geral dos produtores de amendoim e derivados quanto aos mecanismos utilizados para tanto. “Eles deveriam concentrar-se, basicamente, em atitudes profiláticas, principalmente com relação à colheita, armazenamento e secagem dos grãos, o que evitaria a proliferação ou contaminação dos mesmos com os fungos produtores de micotoxinas.”
Programa Pró-Amendoim
Para garantir um grão livre de contaminações para consumo, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB) criou o Programa Pró-Amendoim. Mas não se o engane, o programa não é recente. Já possui cerca de 17 anos, mas não são muitas as pessoas que já ouviram falar sobre ele.
Este programa oferece um selo de qualidade às empresas que atendem aos requisitos da legislação e fabricam produtos à base de amendoim totalmente seguros. Segundo a associação, o selo atesta que as marcar estão livres de aflatoxina. Atualmente, são nove as empresas que o possuem estampados em suas embalagens: Agtal (Enova Foods), Amenbra, Da Colônia, Dori Alimentos, Kuky (Maritucs), Verinha (Malta & Rezende), Santa Helena e Yoki (General Mills).
Faz parte do projeto a coleta de amostras das empresas que comercializam produtos de amendoim, realizar as análises e, caso o produto não tenha a qualidade necessária, notificar a empresa e orientar a tomada de providências para melhoria na qualidade do produto. Quando isso não acontece, a indústria é denunciada à ANVISA.

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