Bolívia: vinhedos nas alturas e bons rótulos

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Por Lalá Ruiz*

Você sabia que a Bolívia produz vinhos, incluindo rótulos premiados? Eu confesso que desconhecia essa faceta do nosso vizinho até uma semana atrás. Ao publicar o link da coluna passada no Facebook, um amigo querido comentou fazendo uma pergunta: ele queria saber se eu conhecia o tinto Trivarietal da vinícola boliviana Campos de Solana.

Fiquei muito curiosa e decidi pesquisar sobre o assunto. E no site www.itinari.com encontrei um post com informações muito bacanas sobre a produção de vinho no país andino, texto este assinado por Vanesa Zegada, viajante que se descreve como uma boliviana apaixonada por seu país.

Segundo ela, a Bolívia tem cinco áreas de produção de vinho: Vale Central de Tarija; Vale de Los Cintis, em Chuquisaca; Vale Samaipata, em Santa Cruz; Luribay, em La Paz; e Vinto, em Cochabamba. Oitenta por cento dos vinhedos e 93% da produção de uva vinífera estão concentrados no Vale Central de Tarija.

De acordo com Vanesa, três particularidades tornam a produção de vinhos na Bolívia especial. São elas:

  1. A colheita é totalmente manual.
  2. 100% dos vinhos são de alta altitude. Para serem considerados como tal, todas as uvas devem ser cultivadas a 1 mil metros ou mais acima do nível do mar. No caso da Bolívia, os vinhedos ficam a 1,6 mil metros e além. Na prática isso quer dizer que, quanto maior a altitude, mais intensa é a luz solar que chega aos vinhedos, o que influencia diretamente no sabor e no aroma das uvas.
  3. Apenas 1% da produção de vinho é exportada. Assim, se você tiver a sorte de encontrar um rótulo boliviano por aqui, compre logo. Caso contrário, terá de viajar para experimentar in loco.
Vinícola Campos de Solana, no Vale Central de Tarija, Bolívia (Divulgação)

No caso específico da vinícola Campos de Solana, trata-se de uma bodega localizada no Vale Central de Tarija. Com vinhedos a 1.850 metros acima do nível do mar, é considerada uma das mais modernas da América do Sul, tanto nas instalações quanto na tecnologia aplicada na produção de vinhos.

Apesar de relativamente jovem, tendo sido inaugurada em 2000, a Campos de Solana vem conquistando reconhecimento internacional em importantes concursos mundo afora, chegando, inclusive, a figurar na lista dos 20 melhores vinhos latinoamericanos.

Entre seus rótulos mais celebrados estão o Tannat Único 2015 e o Trivarietal Tinto Reserva 2011. Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon e Riesling também são produzidos por lá. Uma dica para quem pretende viajar a Bolívia, a vinícola abre para visitação. Mais informações: www.camposdesolana.com. Outras vinícolas de destaque no país são Bodegas Landsua, localizada no Vale Samaipata e Vinos Aranjuez, em Tarija.

Partiu Bolívia?

EM TEMPO

No dia 20 de setembro, a World’s Best Vineyards Academy divulgou a sua lista anual com as 50 melhores vinícolas do mundo para se visitar. Em 2021, o primeiro lugar, na avaliação dos 600 integrantes do grupo que incluem aficionados de vinhos, sommeliers e correspondentes de viagens de luxo, ficou para a Zuccardi Valle de Uco, em Mendoza, Argentina.

Em segundo lugar ficou a Bodegas de los Herederos del Marquès de Riscal (Rioja, Espanha), seguida do Château Margaux (Bordeaux, França, 3º lugar), da Bodega Garzón (Maldonado, Uruguai, 4º lugar) e a Montes (Vale do Colchagua, Chile, 5º lugar).

A lista completa, que inclui nomes muito conhecidos como Catena Zapata, da Argentina, e Viña Santa Rita, do Chile, pode ser conferida no site oficial. E no canal do World’s Best Vineyards no YouTube tem um vídeo bacanérrimo sobre o Top 50. Confira:

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

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