Copa do Mundo: Brasileiro é sortudo por beber cerveja onde e quando quiser

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“No fundo desse país
Ao longo das avenidas
Campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Noventa minutos
De emoção e de alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
Inferno fica lá fora
E as dores? Ficam lá fora”

A canção de Milton Nascimento e Fernando Brandt, interpretada genialmente por Wilson Simonal, sintetiza na minha memória a época de Copa do Mundo: botecos cheios, ruas pintadas de verde e amarelo, crianças com pipas ornamentadas, televisão ligada à exaustão, fogos assustando cachorros na vizinhança e muita tensão e gritaria a cada gol – seja da seleção canarinho, ou do adversário. Claro que nesta coluna eu não poderia esquecer de uma protagonista: a cerveja. Como não? A bebida mais popular entre brasileiros para comemorar qualquer festividade – do carnaval à festa de aniversário.

A atípica Copa de 2022, que veio quase que colada aos enfeites natalinos, não será diferente. Está no DNA do brasileiro: mesmo que sejam dias frios de novembro (obrigada por nada, mudanças climáticas), estaremos com nossos indefectíveis copos americanos à espera da voz de Galvão Bueno e de olhos grudados na tela. Na Copa de 2014, sediada no Brasil, nunca se consumiu tanto álcool – cerveja, mais especificamente – como naquela época. Para as artesanais, foram também foram dias gloriosos.

Já para o atual campeonato no Catar, como em países islâmicos, há regras bem restritas quanto ao consumo de álcool, principalmente em público. E aí vai a notícia ruim para quem vai assistir aos jogos por lá: está vetada a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Nem mesmo será oferecida a cerveja patrocinadora dos últimos eventos, a Budweiser. Logo, locais e estrangeiros maiores de 21 anos só poderão, por assim dizer, “molhar o bico” em estabelecimentos específicos antes ou depois dos jogos. Então, nada de calibrar a garganta para o grito de gol dentro dos moderníssimos estádios.

Não há o que se condenar: isso chama-se cultura. Felizmente, aos sortudos abastados que compraram seus tickets aos eventos poderão curtir o quanto quiserem dentro das Fan Fests organizadas pela FIFA em todas as edições. Quando custa beber um pint? Bem, preparem os bolsos: cerca de € 13, quase R$ 70. E se você ficar bêbado, os oficiais do evento já têm tudo planejado. Há espaços para que os ébrios repousem até que fique, sóbrios. Assim, acreditam, evita-se o caos.

E no Brasil?

De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), há um cenário bastante favorável para o consumo de cerveja nos bares especialmente nessa época do ano. Junte a Copa ao hiato de anos isolamento de pandemia e a projeção é de 20% de alta na receita. Os horários dos jogos, que ocorrerão entre as 10h, 13h e 16h também são ótimos fatores. Isso possibilita happy hours estendidos, além da proximidade da lotação de bares e restaurantes com a chegada do fim do ano.

Algumas cervejarias pegaram a onda da Copa e produziram rótulos especiais para a época. A Wienbier, por exemplo, produziu um chope Hexamalte, em alusão ao nosso desejo de que a seleção traga mais uma taça para a coleção. Subtendido, a cerveja é feita com seis maltes diferentes (Pale Ale, Pilsen, Munique, Vienna, Crystal e Malte de Trigo), e vendida em garrafas pet (growlers) de 1,5 litro.

A época é terra fértil para promoções, bolões e todo o tipo de chamarizes para que o público se interesse no consumo. E você, como pretende torcer?

Saúde!


* Letícia Cruz 
Uma jornalista curiosa pelo mundo das cervejas compartilhando suas descobertas. Entusiasta da cerveja viva e local. Apaixonada pelos lúpulos! 
Criadora do @cervejopedia no Instagram e da loja @cervejopedia.beershop, que fica em Santana, capital paulista.

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