Será a Syrah a candidata a uva tinta ‘brasileira’?

Por Lalá Ruiz*

A grande vocação do Brasil, quando o assunto é vinho, é a produção de espumantes. Já é consenso e ninguém discute. Porém, a Syrah, uva tinta que está entre as variedades mais antigas e adaptáveis do mundo, tem ganhado cada vez mais destaque nos vinhedos do país, com rótulos premiados sendo produzidos em diferentes e surpreendentes localidades, incluindo regiões famosas pelos vinhos de mesa, como o interior paulista.

Um bom exemplo dessa tendência: um Syrah do interior de São Paulo foi um dos dois rótulos brasileiros agraciados com a Medalha de Ouro no Decanter World Wine Awards 2023, competição internacional realizada pela revista britânica Decanter que é considerada o “Oscar” dos vinhos – o Piquant Soléil Syrah da Vinícola Ferreira, produzido na parte paulista da Serra da Mantiqueira, conseguiu 95 pontos no concurso.

Aliás, os vinhos brasileiros ganharam 105 medalhas nessa competição – foram 27 de Prata e 76 de Bronze, além das duas de Ouro. Entre os rótulos premiados, vários Syrah, em sua maioria da Serra da Mantiqueira, onde a cepa é cultivada com sucesso graças à técnica da dupla poda. Entre eles estão o Syrah Reserva e o Gran Reserva Colheita de Inverno Syrah, ambos da Casa Geraldo, de Andradas (MG); e o Mar de Morros Syrah, da Artesã, de São Gonçalo do Sapucaí (MG).

Ainda entre os premiados no concurso da Decanter, chama a atenção a presença do Entre Rios Terroir Syrah e do Entre Rios Equilíbrio Syrah, ambos da vinícola Terras Altas, de Ribeirão Preto (SP), e o Sabina Syrah, da Sacramentos Vinifer, com uvas plantadas na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e vinificadas em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha (para quem se interessou, a lista completa do Decanter World Wine Award 2023, que foi divulgada em junho, pode ser conferida aqui).

Agora, independentemente de prêmios, vale destacar outros bons exemplos de vinhos Syrah produzidos no interior paulista, tais como o Syrah Inverno 2019, da Micheletto (Louveira); o Poesia de Inverno Gran Reserva Syrah 2019, da Adega Castanho (Jundiaí); o Di Vino Syrah, da Bramasole Vinho de Boutique (Indaiatuba); e o Góes Tempos Mineres Syrah, da tradicional Vinícola Góes (São Roque). Isso sem falar no excelente Vale de Pedra, da Guaspari, de Espírito Santo do Pinhal (SP).

Recentemente, em evento comemorativo pelos 37 anos da Zahil, experimentei o Terroir Girassol Syrah 2021, da Terroir, vinícola de Goiás que fica na cidade de Cocalzinho de Goiás. E por e-mail chegou a notícia do lançamento do primeiro vinho elaborado 100% com Syrah pela Vinícola UVVA, da Chapada Diamantina, na Bahia – produzido em sistema de microlote, com tiragem limitada de 4.412 garrafas, o Syrah 2021 é o oitavo vinho da UVVA.

Diante disso, pergunto: será a Syrah a candidata a uva tinta vinífera “brasileira”? Só o tempo dirá.

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Casa Perini tem novo rótulo de espumante

A Casa Perini tem um novo espumante, o Casa Perini Cristal, produzido a partir de um blend de uvas brancas cultivadas na região do Vale Trentino, em Farroupilha, no Rio Grande do Sul. “Com um perlage intenso e borbulhas persistentes que realçam a sensação de frescor, sua bela cremosidade é complementada com um agradável dulçor que se equilibra com uma acidez refrescante ao final”, explicou Pablo Perini, diretor e sommelier da vinícola.

Na avaliação da vinícola, o espumante tem tudo para agradar a todo tipo de público, de iniciantes a especialistas em vinhos. Para fazer jus ao nome, a garrafa do Casa Perini Cristal vem cravejada com um cristal austríaco. A estimativa da empresa é a de comercializar 12 mil unidades nos primeiros três meses após o lançamento. (*Com informações Assessoria de Imprensa)

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.