Que tal presentear o paizão com um vinho brasileiro?

Por Lalá Ruiz*

Neste domingo, 14 de agosto, é celebrado o Dia dos Pais. Presentear com vinho é sempre uma boa opção. Mas, presentear com um vinho brasileiro, é melhor ainda. Pensando nisso, a sommelière Érika Líbero fez uma seleção de oito rótulos nacionais, de acordo com quatro estilos de pai: tradicional, moderno, econômico e aventureiro.

Confira as sugestões:

• Tradicional

Para os pais tradicionais, a profissional indica rótulos clássicos e renomados: Lote 43 e Salton Septimum.

O Lote 43 é um tinto da Miolo produzido somente em safras consideradas excepcionais. Um vinho, aliás, que carrega a história da família no nome – quando chegou ao Brasil, em 1897, Giuseppe Miolo, patriarca da família, comprou um primeiro lote de terra, o Lote 43. É nesse local que fica a Vinícola Miolo no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha. Produzido com uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, o Lote 43 carrega também o selo de Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos. Preço médio: R$ 200,00

O Salton Septimum é produzido na Campanha Gaúcha pela Vinícola Salton. Trata-se de um vinho fino tinto seco que combina as variedades Alicante Bouschet, Arinarnoa, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Marselan, Merlot e Tannat, respeitando o tempo de evolução de cada uma. É considerado um tinto complexo e encorpado, com taninos sedosos e elevado potencial de guarda. Com edição limitada, na safra de 2018, por exemplo, foram elaboradas apenas 11.196 garrafas, todas numeradas. Preço médio: 200,00.

• Moderno

Se seu pai gosta de novidades, Érika Líbero sugere um vinho da Serra da Mantiqueira e outro com garrafa de design arrojado: Guaspari Vista do Lago Chardonnay e Luiz Argenta Shiraz.

O Guaspari Vista do Lago Chardonnay é produzido na Serra da Mantiqueira pela Vinícola Guaspari, situada na cidade de Espírito Santo do Pinhal, em São Paulo. É feito com a uva Chardonnay do vinhedo Vista do Lago, daí o nome do vinho. Trata-se de um branco complexo, equilibrado e fresco. Preço médio: R$ 220,00.

O Luiz Argenta Shiraz é um tinto 100% Shiraz produzido pela Vinícola Luiz Argenta, localizada na cidade de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul. De um vermelho rubi, brilhante e límpido, possui aroma intenso, leveza e acidez equilibrada. Preço médio: R$ 130,00.

• Econômico

Custo-benefício é o que importa para o seu pai? Pois escolha entre os seguintes rótulos: ReD e Conti Tutto (Lote IV).

Mistura de 80% Cabernet Sauvignon e 20% Merlot, o ReD é uma criação do Vinhedo Routhier & Darricarrère, que fica na Província de São Pedro, em Rosário do Sul, região da Campanha Gaúcha. É um vinho vermelho rubi, com reflexos violáceos, paladar fresco e equilibrado, taninos macios e corpo médio. Preço médio: R$ 63,00.

O Conti Tutto (lote IV) é produzido pela vinícola Villaggio Conti, localizada na fria São Joaquim, na Serra Catarinense. É um vinho descontraído, jovem, feito com 50% Sangiovese, 40% Montepulciano e 10% Nero d’Avola. Detalhe: o lote IV é composto por 3.200 garrafas, com rótulo inspirado numa mesa de amigos degustando bons vinhos. Preço médio: R$ 69,00.

• Aventureiro

Pais aventureiros merecem vinhos “práticos”: Arya Tinto e Miolo Seleção Rosé, o primeiro em lata e o segundo com tampa de rosca.

O Arya Tinto é um vinho seco produzido na Serra Gaúcha. Foi desenvolvido por Diego Arrebola, eleito por três vezes o melhor sommelier do Brasil. Feito com as uvas Merlot, Pinot Noir, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, é um vinho frutado de cor rubi. Tem corpo leve para médio e taninos macios e integrados. Preço médio: R$ 15,00 (a lata tem 269ml).

Por fim, o Miolo Seleção Rosé foi o primeiro vinho rosado do Grupo Miolo, feito com uvas Cabernet Sauvignon e Tempranillo cultivadas em vinhedos próprios na região da Campanha Meridional, no Rio Grande do Sul. Trata-se de um vinho leve, jovem, refrescante e versátil. Preço médio: R$ 34,00.

Em qual dessas categorias o seu pai se encaixa?

EM TEMPO

Meu pai e o Sangue de Boi

Meu finado pai, Affonso Ruiz, era filho de um imigrante espanhol e de uma brasileira filha de pais italianos, todos trabalhadores rurais no Interior de São Paulo. Meu pai estudou Teologia, trocou o campo pela cidade grande, trabalhou como vendedor e corretor de imóveis, entre outras profissões. Gostava de conhaque, de uma boa cachaça, de uma cervejinha e de vinhos. O seu favorito era o popular Sangue de Boi, que comprava em garrafões de cinco litros.

Produzido desde a década de 1950 pela Cooperativa Vinícola Aurora, no Rio Grande do Sul, o Sangue de Boi é um típico vinho “de mesa”, simples, feito com uvas não viníferas de variedades como Izabel, Concord e Seibel, indicadas para consumo in natura. E foi com o Sangue de Boi que começou a minha história com os vinhos, já que foi o primeiro que me lembro de ter tomado.

Feliz Dia dos Pais!

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.