A literatura mergulha no mundo dos vinhos. E vice-versa

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Por Lalá Ruiz*

Literatura combina muito bem com vinho. São vários os autores de ficção que já se debruçaram sobre esse universo em seus livros, apostando em romances com tramas históricas, intrigas, humor, casos de amor e luxúria que têm a bebida como fio condutor.

Um bom exemplo é o norte-americano Noah Gordon, escritor consagrado internacionalmente pela trilogia O Físico (1986), Xamã (1992) e A Escolha da Dra. Cole (1995), série de romances históricos que abordam diferentes faces da medicina.

Pois em La Bodega (2008), último livro que lançou, Gordon transporta o leitor para a Catalunha, na Espanha, para contar, segundo ele mesmo, a história de “um homem que se atrevia a sonhar que poderia elaborar um bom vinho”. Isso durante o período das guerras carlistas, disputas ocorridas no século 19 entre partidários de Carlos María Isidro de Borbón, postulante ao trono, e da rainha Isabel II, sua sobrinha. Confesso: é o tipo de trama que adoro!

A também norte-americana Nora Roberts, autora que já vendeu 500 milhões de cópias em todo o mundo de seus romances açucarados, usou o dia a dia de um vinhedo como cenário para a trama de A Villa (2008), apontado como um dos livros mais populares de sua vasta bibliografia – ela escreveu mais de 200 títulos.

Diz o resumo feito pela editora Rocco, que publica sua obra no Brasil:

“Há três gerações, os vinhos Giambelli são mundialmente reconhecidos por sua qualidade extraordinária. Quando o vinhedo Giambelli se funde ao MacMillan, Sophia Giambelli, uma relações-públicas inteligente que sabe que deve estar preparada para qualquer coisa, herdeira do próspero negócio de sua família e apaixonada por seu trabalho, terá de se aliar a Tyler MacMillan, jovem atraente com grande paixão pelas vinhas, mas com total aversão aos negócios, para aprender a dominar todas as etapas que compõem a produção do vinho. (…) Enquanto trabalham juntos, Sophia se vê dividida entre uma poderosa atração e a rivalidade profissional. E tudo indica que, ao final da estação, o futuro da empresa – e seu legado – pode tomar um rumo completamente novo.”

O desfecho segue a fórmula que garante a longevidade de histórias do gênero: o clássico final feliz.

Contos e poesias

Obra bem mais substanciosa, A Alma do Vinho – Contos e Poemas com a Mais Célebre das Bebidas é uma coletânea organizada por Waldemar Rodrigues Pereira Filho, com prefácio de Marcos Siscar, que reúne 40 textos sobre vinho de importantes nomes da literatura nacional e internacional, desde a Grécia Antiga aos tempos modernos.

Entre esses textos estão Ode 21, do romano Horácio (65 a.C.-8 a.C); O Elixir da Longa Vida, de Honoré de Balzac (1799-1850); e O Tonel de Amontillado, de Edgar Allan Poe (1809-1849). A seleção também inclui trabalhos de Hilda Hilst, Gil Vicente, Voltaire, Tomás Antônio Gonzaga, Álvares de Azevedo, Tchekhov, Eça de Queirós e Machado de Assis. Ou seja: pede um tinto encorpado para acompanhar.

Caminho inverso

Se o mundo dos vinhos conquista e intriga escritores, o inverso também acontece. E aqui no Brasil. A vinícola Enos – Vinhos de Boutique, de Balneário Rincão, em Santa Catarina, lançou em 2019 o projeto de produção limitada Enoch – Vinhos Inspirados, composta de microlotes de 300 a 1.200 garrafas em homenagem a obras e escritores clássicos.

Alguns dos rótulos já lançados ganharam nomes como Alice no País das Maravilhas, Moby Dick, Romeu & Julieta, Chapeuzinho Vermelho, Odisseia de Homero e Rei Arthur, entre outros. Todos são produzidos em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul.

Uma curiosidade: a série Enoch – Vinhos Inspirados é uma evolução do projeto Engarrafando Livros, que a mesma vinícola lançou em 2017 e homenageou escritores como os russos Leo Tolstói e Fiódor Dostoiévski, o norte-americano Jack London, o português Fernando Pessoa e o brasileiro Machado de Assis.

EM TEMPO 1

Na coluna passada, escrevi sobre a importância do rótulo do vinho. Pois descobri um livro sobre o tema chamado Contos de Vinho: Histórias e Curiosidades por Trás dos Rótulos. De autoria de Taiana Jung e Rui Marcos e lançado pela editora Máquina de Livros, a obra reúne detalhes sobre 50 vinhos, tais como rótulos produzidos num vale de dinossauros ou escritos em código morse. Entre os “protagonistas” dessas histórias estão nomes como Robert Parker, Barão de Rothschild e Nicolás Catena Zapata.

EM TEMPO 2

O e-commerce Evino entra no mercado de vinhos em caixa com o lançamento da Conchego, sua quarta marca própria. A nova linha é comercializada em caixas de três litros (o equivalente a quatro garrafas de 750ml), disponíveis em três variedades de vinho: tinto (feito com a uva Tempranillo), rosé (também feito com a uva Tempranillo) e branco (uva Airén), todos produzidos na Espanha pela Altosa Wines. Preço: R$ 99,90 (o kit com uma Conchego mais uma bolsa térmica sai por R$ 129,90).

De acordo com o co-CEO da Evino, Eduardo Souza, “o nome da marca, Conchego, vem de aconchego, que significa acolhimento, abraço e conforto. A linha foi criada pensando nas pessoas que gostam de compartilhar vinho em casa com a família, para quem torna um simples almoço em casa mais especial com vinho e para quem gosta da sensação de aconchego que o vinho traz”. Lembrando que os vinhos em caixa, cujo nome oficial é bag-in-box, também já foram da coluna (leia aqui).

Crédito da foto no alto: Canva.com

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

2 Replies to "A literatura mergulha no mundo dos vinhos. E vice-versa"

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    Marco Antonio Batista de Oliveira 15 de agosto de 2021 (08:39)

    Entre dois 💕amores.

  • comment-avatar
    Lalá Ruiz 15 de agosto de 2021 (12:44)

    Com certeza!!!

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