Artigo: lei é primeiro passo na promoção de agricultura regenerativa em Campinas

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Por Ana Garbin *

No penúltimo dia de 2021 Campinas recebeu a importante notícia da promulgação da lei 16.183/2021, que instituiu o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana no município.

Essa lei representa um grande passo para a Campinas e Região tanto em aspectos sociais quanto ambientais.

>>> Leia mais sobre o programa

Hortas dentro da cidade encurtam o caminho de quem compra e quem produz o alimento, garantindo o acesso, com preços mais baixos, reduz o desperdício e proporciona alimentos fresquinhos e mais nutritivos para todos.

Além disso, a agricultura regenerativa é garantia de impacto ambiental para região já que pode melhorar o microclima através do reflorestamento, restaurar nascentes, promover a biodiversidade local.

Isso sem contar essa proximidade do agricultor com a terra, garantindo soberania alimentar para sua família e benefícios também para sua saúde mental.

Sem dúvidas essa lei irá fortalecer o conceito amplo de alimentação saudável: para as pessoas e para o planeta.

Porém, vale ressaltar que a manutenção de uma horta requer muita organização e resiliência, por isso a assistência do poder público precisa ser consistente.

Secas extremas, geadas, chuvas fortes, dentre outras consequências da real mudança climática que estamos vivendo, podem colocar por água abaixo toda uma produção, impactando a renda de quem produz e o acesso a quem compra.

Por isso, a extrema importância do suporte técnico a essas famílias agriculturas para que possam aproveitar de todas as ferramentas possíveis para aumentar sua resiliência e garantir que consigam priorizar técnicas agroecológicas, enfatizando a transição para uma agricultura sustentável na região.

Além disso, é importante garantir um respaldo legal para esses agricultores, para que não sejam surpreendidos e tenham a área tomada de uma hora para outra, riscos que hortas como Menino Chorão já viveram, causando grande estresse e insegurança para essas pessoas.

Conhecimento e suporte financeiro e administrativo são outras ferramentas que podem ajudar esses agricultores a potencializarem a gestão e manutenção das hortas.

Assim como técnicas de processamento de alimentos que agregam valor a colheita dessas hortas, aumentando a renda e reduzindo desperdícios.

Outra questão que merece atenção é a vulnerabilidade que essas ações sofrem com ajuda e solidariedade “vestidas” de interesses políticos. Por isso, estratégias para “blindar” essas hortas seriam muito importantes para a resiliência e manutenção de um ambiente de paz.

Os desafios são muitos, mas temos que reconhecer que essa Lei é um presente para o Sistema Alimentar da nossa região.

Meu desejo, como profissional da área de alimentos, nascida em Campinas, e membra do GT Hortas comunitárias é que essa lei impulsione a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente da cidade.

O trabalho em equipe de todas as secretarias, das instituições privadas, das universidades, da sociedade civil, será a chave do sucesso para que essa ela se mantenha viva!

  • Ana Garbin é engenheira de alimentos e uma das idealizadoras da Alimenteia,  organização de Campinas que trabalha no sentido de impulsionar uma economia regenerativa do setor e integrante do GT Hortas Comunitárias.

Foto: Noah Buscher no Unsplash

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