Chegada de 2023 pede um brinde com espumante brasileiro

Por Lalá Ruiz*

Entre janeiro e outubro de 2022, foram consumidos 23 milhões de litros de vinho no Brasil, total 11% superior do que o registrado no mesmo período de 2020, segundo informações da União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA). São dados animadores, sem dúvida. Agora, mais do que comemorar o aumento no consumo de vinhos, devemos celebrar de verdade o interesse crescente pelo produto nacional.

Isso porque, de acordo com a pesquisa Top 10 Consumer Trends 2022 da Euromonitor, 28% dos consumidores brasileiros têm buscado por produtos nacionais na hora das compras. Conforme aponta o levantamento, vários segmentos registraram aumento nas vendas de seus produtos, o que inclui o setor de bebidas alcoólicas e, consequentemente, os vinhos nacionais.

Vejam o que diz sobre isso o CEO da Rio Sol, André Arruda: “Durante o período da pandemia, muitas lojas especializadas estavam com dificuldade de importar vinhos, então os consumidores acabavam encontrando nas gôndolas dos supermercados vinhos nacionais, e isso acabou abrindo as portas para muitas pessoas que só compravam vinhos importados”.

Localizada na cidade de Lagoa Grande, no Vale do São Francisco, em Pernambuco, a Rio Sol pertence ao grupo português Global Wines e produz vinhos e espumantes de qualidade reconhecida internacionalmente.

“Temos espumantes vendidos por menos de R$ 30, então quando o consumidor comprova que comprou um vinho nacional de qualidade por um preço acessível, ele vai querer consumir cada vez mais esse tipo de bebida”, acredita Arruda.

Ele ainda aponta outras vantagens do vinho nacional: as informações em português na embalagem, que facilitam o entendimento do cliente em relação ao produto que ele está adquirindo, e o incentivo ao enoturismo. Como exemplo, ele cita a própria Rio Sol: “Aos finais de semana nós criamos um passeio chamado Rota dos Vinhos, no qual os consumidores podem vivenciar uma experiência gastronômica completa, além de conhecerem melhor a cultura dos vinhos.”

Assim, que tal brindar a chegada de 2023 com um espumante brasileiro?

A própria Rio Sol tem uma linha de espumantes com seis rótulos, entre eles os premiados Brut Branco (produzido com as variedades Syrah e Arinto) e Demi-Sec (Syrah e Moscato Canelli), além do Moscatel Rosé (feito com Moscato Hamburgo).

Outra dica são os Espumantes Ballade, linha nascida da parceria entre o clube de assinaturas Wine e o grupo Miolo e que é produzida – vejam só – no Vale do São Francisco. Essa região, lembra Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, recentemente ganhou uma Indicação de Procedência para Vinhos Tropicais, “com variedades de uvas internacionais, pouco usuais no Brasil, mas que se adaptaram muito bem ao nosso terroir”.

Os rótulos que compõem a linha de espumantes são o Ballade Brut, com um blend das uvas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo; o Ballade Brut Rosé, elaborado com a Grenache; e o Ballade Moscatel. O preço normal desses espumantes é R$ 99,00, mas estão à venda no site por R$ 54,90 (sócio Wine) e R$ 64,59 (não sócio).

Aliás, no quesito custo-benefício, os espumantes das tradicionais vinícola gaúchas Aurora, Garibaldi e Salton são uma excelente pedida, além do fácil acesso, já que são vendidos em grandes redes de supermercados. E na dúvida sobre qual escolher, vá de Brut (leia mais aqui).

Um pouco de história

Os espumantes começaram a ser produzidos no Brasil em 1912, na cidade de Garibaldi, na Serra Gaúcha. O responsável pelo primeiro espumante brasileiro foi o imigrante italiano Manoel Peterlongo, que dois anos depois inaugurou a Vinícola Peterlongo. Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram boa parte da produção de espumantes. Porém, graças a novas tecnologias de plantio, manejo e colheita das uvas, produz-se espumantes de qualidade em diferentes regiões do país, como o Vale do São Francisco, no Nordeste, e a Serra da Mantiqueira, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais.

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*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

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