Festa do Boi Falô de volta e com macarronada

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A Festa do Boi Falô, realizada tradicionalmente na sexta-feira santa no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, volta a ocorrer depois de dois de pandemia de covid-19. A 26ª edição será dia 15 de abril, a partir das 10 horas, na Praça do Coco. Haverá apresentações culturais e praça de alimentação.

Entre as tradições da festa está a distribuição de macarronada com molho de tomate e sardinha. De acordo com Osvaldo Kaize, subprefeito do distrito, o costume surgiu com os moradores antigos de Barão Geraldo, que tiveram a iniciativa de distribuir voluntariamente comida durante a festa a quem precisava, e com o passar do tempo virou tradição.

Macarronada é feita por voluntários – reprodução da internet

A celebração integra agora o Calendário Oficial do Município de Campinas, com a a lei nº 8907, que a tornou oficial.  “A Festa do Boi Falô envolve muita gente do distrito para sua realização, entre escolas, artistas, moradores mais velhos e aqueles que estão há pouco tempo por aqui. A gente vê que é muito forte a vontade de manter viva essa lenda genuinamente campineira. É uma lenda que fala do respeito ao descanso e ao dia santo, que nasceu de uma história de um homem que marcou o seu tempo e se mantém na memória e no imaginário do povo até hoje”, comenta o diretor de Cultura da Prefeitura de Campinas, Gabriel Rapassi. 

O evento é realizado pela Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com a Subprefeitura de Barão Geraldo e com o Centro Cultural Casarão.

Uma lenda, várias versões

A lenda do Boi Falô tem várias versões. Moradores de Barão Geraldo, da Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo, contam que o episódio ocorreu no Capão do Boi, que era um pequeno bosque na entrada de Barão Geraldo, que foi derrubado para a construção, por volta de 1974, da Avenida Romeu Tórtima, no passado, conhecida como Avenida 1.

Segundo eles, a versão tradicional é que numa sexta-feira da Paixão, um capataz da fazenda Santa Genebra pediu a um caboclo, escravizado ou empregado (cada um fala de um jeito) que fosse buscar uns bois que ficaram deitados no Capão do Boi. O escravizado ou empregado foi até o Capão do Boi (em uma versão era um adolescente que levou o cachorro junto) com uma vara e lá chegando começou a tocar os bois. Com a insistência um dos bois falou “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”.

O rapaz, assustadíssimo, correu de volta para contar o fato ao capataz que não acreditou. Depois de brigar com ele, foi junto (a cavalo) até o Capão do Boi e mandou o rapaz tocar o boi. Ao ser tocado, o boi novamente disse: Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”. Assustados, o capataz e o rapaz retornaram para a fazenda e o capataz decidiu ir para sua casa onde não saiu mais naquele dia. 

Uma outra versão conta com os personagens Toninho e o Barão. A festa foi criada em 1988 para comemorar o centenário da Abolição, já que a lenda do Boi Falô também é popularmente contada na história do escravizado Toninho, forçado a trabalhar numa sexta-feira santa, obedeceu e, chegando ao pasto, o boi olhou para ele e disse: “Toninho, hoje não é dia de trabalhar, hoje é dia de se guardar”. 

O escravizado correu para a sede da fazenda gritando: “o boi falô, o boi falô!” e contou o que havia acontecido e, naquele dia, ninguém trabalhou. O capataz, que era homem descrente, virou rezador e Toninho virou pessoa de confiança do Barão Geraldo de Rezende, trabalhando dentro da casa até sua morte, quando foi enterrado ao lado do Barão por seus serviços prestados à família. No dia de Finados, o túmulo de Toninho é um dos mais visitados na cidade.

Serviço

26ª Festa do Boi Falô 
Data: 15 de abril, sexta-feira
Horário: a partir das 10h
Local: Praça do Coco no Distrito de Barão Geraldo
Endereço: R. José Martins, 738 – Barão Geraldo, Campinas – SP
Entrada Gratuita

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