Monjas querem produzir primeira cerveja trapista no Brasil

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O Mosteiro Trapista Boa Vista, localizado em Rio Negrinho (SC), poderá em breve produzir além dos chocolates finos, geleias e biscoitos, a tradicional cerveja trapista. Isso porque as irmãs trapistas Zulema Jacquelin Jofre Palma e Raquel Watzko decidiram adquirir conhecimento por meio de um curso de cerveja caseira (homebrewer) na Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), em Blumenau. O objetivo é empregar o aprendizado em uma futura produção de cerveja no mosteiro.

A ideia do projeto veio a partir do contato com outros mosteiros belgas que já produzem cerveja e que, inclusive, deram apoio na construção da comunidade. O mosteiro começou a ser erguido em 2010, sendo concluído sete anos depois. A história das monjas é uma conjunção de duas comunidades: a chilena Nossa Senhora de Quilvo e Nossa Senhora de Novo Mundo, no desejo de fundar uma casa para mulheres da mesma Ordem. A secular missão de fabricar cerveja artesanal, antes executada predominantemente por monges, agora é reivindicada e encampada por mulheres. Sublime!

Caso a ideia se concretize de fato, o mosteiro de Santa Catarina poderá entrar no roteiro das trapistas ao redor do mundo. Atualmente, existem pouco mais de 170 mosteiros trapistas no planeta, mas apenas 14 deles têm produção ativa de cerveja. Treze deles estão na Europa (seis na Bélgica, um na França, um na Espanha, dois na Holanda, um na Inglaterra, um na Áustria e um na Itália), e um nos Estados Unidos. Destes, apenas onze monastérios recebem o selo de cervejas trapistas, a Authentic Trappist Product (ATP).

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No caso das monjas, enquanto o reconhecimento com a ATP não chega, as cervejas que podem vir a ser produzidas poderão ser chamadas de cervejas de abadia. A ESCM fez questão de dar um empurrão a mais para o início da empreitada, além do curso. “Claro que nós não poderíamos ficar de fora desse movimento pela preservação da cultura cervejeira e, além de fornecer a formação, nós também doamos equipamentos para o início da produção”, divulgou a empresa.

As monjas vivem do que produzem com o trabalho, e também fazem doações para outras comunidades. Enquanto a produção cervejeira não começa no mosteiro, os interessados podem pedir as guloseimas fabricadas por lá, com entrega para todo o país: www.trapistasboavista.com.br

Saúde!

* Letícia Cruz 
Uma jornalista curiosa pelo mundo das cervejas compartilhando suas descobertas. Entusiasta da cerveja viva e local. Apaixonada pelos lúpulos! 
Criadora do @cervejopedia no Instagram e da loja @cervejopedia.beershop, que fica em Santana, capital paulista.

1 Reply to "Monjas querem produzir primeira cerveja trapista no Brasil"

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    Daniel 20 de fevereiro de 2022 (09:58)

    Prezados, conforme pesquisa publicada na Revista Da Cerveja, na edição 53, a rigor, não seria a primeira cerveja trapista brasileira (conforme indica o título da matéria), seria a segunda. Tivemos registro de produção de cerveja trapista brasileira no início do séc. XX. Mas de mulheres, monjas trapistas, realmente seria a primeira!
    Fonte: https://revistadacerveja.com.br/a-primeira-e-unica-cerveja-trapista-brasileira/

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