No coração de Roma, o passado e o presente do vinho

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Por Lalá Ruiz*

Roma não é chamada de cidade eterna à toa. Uma visita à capital italiana é, ao mesmo tempo, uma viagem ao passado, com seus monumentos datados de diferentes eras, e uma vitrine do presente, com seu trânsito caótico, carrões, lojas das grifes mais famosas do mundo, cultura e arte pulsantes.

Também é uma cidade que “pede” um vinho na hora das refeições, nem que seja o tradicional “da casa”, tão comum em cantinas localizadas em bairros de interesse dos visitantes como o boêmio e pitoresco Trastevere. Para quem prefere algo mais sofisticado, enotecas e wine bars não faltam por lá.

Os caminhos do vinho no centro de Roma (Crédito: Lalá Ruiz)

O fato é que, desde a Antiguidade, o vinho sempre desempenhou um papel importante na história e na economia de Roma. E uma iniciativa inédita, ainda em fase de implantação no Parque Arqueológico do Coliseu, que fica no centro da cidade, promete fazer uma ponte entre o passado e o presente do vinho romano.

O parque é um dos mais famosos pontos turísticos de Roma. Além de ser um importante sítio arqueológico, possui uma área verde de 40 hectares no entorno do Fórum Romano e do Monte Palatino.

A toponímia do complexo, que é o estudo dos nomes dos lugares, aponta para algumas zonas chamadas originalmente de “vinhas”, e mapas históricos documentam muito bem a presença de plantações no Parque Arqueológico.

Assim, por meio do projeto Parco Green (Parque Verde), será implantado um pequeno vinhedo experimental justamente numa área do Monte Palatino, chamada de Vigna Barberini. Aliás, nome este que remete à família romana Barberini, que era proprietária da área no século 17.

Vigna Barberini (Crédito: Divulgação)

Essa vinha seguirá os moldes antigos, com base em documentos históricos da uva autóctone Bellone, chamada pelo naturalista Caio Plínio Segundo (23 d.C-79 d.C.), também conhecido como Plínio, o Velho, de “uva pantástica”, em sua enciclopédia Naturalis Historia (História Natural).

Atualmente, a uva Bellone é cultivada nas províncias do Lazio (onde fica Roma) e da Umbria (conhecida como o coração verde de Itália), e faz parte da composição de diversos vinhos, incluindo o refrescante Frascati, o mais famoso do Lazio e um dos primeiros italianos com denominação de origem.

Uma iniciativa dessas merece aplausos e, claro, um brinde!

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O projeto Parco Verde possui diferentes iniciativas com o objetivo de reduzir o impacto ambiental, reduzir a poluição, conservando o ecossistema e a biodiversidade do Parque Arqueológico do Coliseu. Entre as atividades que realiza estão a reciclagem de resíduos e materiais e projetos de educação em economia verde.

Plantação no entorno do Palatino, com o Coliseu ao fundo (Foto: Divulgação)

EM TEMPO 2

Outra curiosidade sobre o Parque Arqueológico do Coliseu: lá existem hoje 189 oliveiras plantadas em diferentes épocas, incluindo desde exemplares centenários localizados junto ao Arco de Tito até alguns mais recentes.

Mais informações: parcocolosseo.it

Foto no alto: Parque Arqueológico do Coliseu (Foto: Lalá Ruiz)

*Lalá Ruiz é jornalista formada pela PUC-Campinas. Trabalhou no extinto jornal Diário do Povo e no Correio Popular, ambos de Campinas (SP). Gosta de rock, blues, jazz, Clube da Esquina, pop latino, flamenco, literatura, televisão e cinema. É torcedora do Santos F.C. e criadora do IG @oassuntoevinho.

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